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Laudo confirma que causa da morte de Rayane foi asfixia por estrangulamento

Da redação com G1
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Rayane Paulino Alves, de 16 anos, desapareceu após festa em sítio de Mogi das Cruzes - Foto/Reprodução
Rayane Paulino Alves, de 16 anos, desapareceu após festa em sítio de Mogi das Cruzes – Foto/Reprodução

O Segundo a polícia, ele confessou o crime, mas diz que a relação sexual foi consensual. A polícia, porém, afirma que houve estupro.

“Como ela vai consentir um ato sexual se ela já pede ajuda para a polícia? A gente não sabe se foi antes ou depois dessa relação. Eu não posso afirmar se foi antes ou depois, só ele pode afirmar. Não tem testemunha. A gente não acredita pelo estado de perigo da ligação”, disse o delegado.

De acordo com o delegado, o segurança está em prisão temporária de 30 dias na cadeia de Mogi das Cruzes. Quando o inquérito for concluído e a prisão preventiva decretada, ele deve ser transferido para um Centro de Detenção Provisória. Para isso, ainda é preciso aguardar os laudos dos exames toxicológico e para indicar presença de espermatozóide. Além disso, mais testemunhas vão ser ouvidas.

De acordo com Ângelo, o laudo se adequa a história contada por Michel Flor da Silva. “Há na região do pescoço a fratura do osso hióide. Esse osso hióide fica um pouco acima do pomo-de-adão, o que denota que essa fratura é um indício veemente de homicídio, de morte violenta. E essa fratura possivelmente tenha se dado com o golpe mata-leão”, explica. “Na região do pescoço dela, ficou o sulco, é aquela marca que fica bem latente no pescoço, é do cadarço”, afirma o delegado.

Michel vai responder por homicídio quadruplamente qualificado, estupro e ocultação de cadáver. De acordo com o delegado, a pena pode variar de 30 a 60 anos de prisão.

O caso
Na noite de um sábado, 20 de outubro, Rayane Paulino foi a uma festa em um sítio de Mogi das Cruzes na companhia de mais duas amigas. O pai dela a deixou na casa de uma delas.

Para as amigas, Rayane teria dito que precisava ir embora mais cedo e que o pai iria buscá-la, mas isso não aconteceu. A família começou a espalhar cartazes com fotos da jovem diante da demora por notícias.

Após a polícia localizar o celular que pertencia à jovem na altura do km 170 da Rodovia Presidente Dutra, em Jacareí, cães farejadores fizeram buscas em uma região de mata no entorno do local. Os animais chegaram a indicar que o corpo da jovem poderia estar em um lago.

O corpo foi encontrado no dia 28 de outubro, oito dias após o desaparecimento dela, em uma outra área de mata, da Avenida Francisca Lerário, no bairro do Lambiri, em Guararema. A mãe da jovem, Marlene Maria Paulino Alves, reconheceu o corpo da filha, já no Instituto Médico Legal (IML) de Mogi das Cruzes, por causa do esmalte e de uma tornozeleira.

Apesar de as investigações estarem avançadas, a polícia só pode prender o segurança da rodoviária de Guararema, Michel Flor da Silva, de 28 anos, na noite de terça-feira. Segundo a polícia, o segurança confessou que matou a jovem depois de ter oferecido uma carona para ela. As investigações apontaram que houve estupro, mas homem alega que a relação sexual foi consensual e que depois a adolescente “surtou”.

A jovem teria saído da festa e pegado carona com um motorista de aplicativo até a Rodoviária de Guararema.

De acordo com o delegado Rubens José Ângelo, Michel estava trabalhando na rodoviária e disse à polícia que, ao ver Rayane sozinha, se ofereceu para levá-la até a casa dela.

“Michel confessa cabalmente a prática do crime. Ele diz que encontra Rayane no terminal rodoviário de Guararema e ela estava meio cambaleando. Em dado momento ela sentou em um banco naquela rodoviária”, disse o delegado. “Ele ofereceu uma carona, perguntou se ela estava bem. Ofereceu uma água e ela não aceitou. Ofereceu a jaqueta para ela se esquentar. Ela também não aceitou. Daí nesse momento ele oferece uma carona”, continua o delegado.

Segundo Ângelo, no depoimento, Michel – que é capoeirista – afirmou que Rayane havia dito que queria curtir a noite e que ele propôs que fossem até uma balada, em Jacareí, e por isso mudaram o rumo.

“Em dado momento, no km 170 da Dutra, ele para às margens da rodovia e ali, segundo ele, ele mantém a conjunção carnal com ela”, continua o delegado.

“Segundo a versão dele, que talvez seja isolada, ele disse que Rayane se arrependeu e teria dito o seguinte: ‘olha o que você fez comigo, você me estuprou! Meu pai é polícia, ele vai te matar’. É uma versão dada pelo Michel, que é isolada. E, neste momento, Rayane teria dado um chute nele. E ele, seguidamente, aplicou um golpe mata-leão no pescoço de Rayane porque ele é lutador de artes marciais, capoeira, há mais de 12 anos, e ela desfaleceu”, explica Ângelo.

O delegado acredita que a jovem foi violentada em Jacareí, onde o celular foi encontrado, perto do lago.

Ainda de acordo com a polícia, Michel afirmou que, depois, levou Rayane para a área de mata em Guararema, onde o corpo foi encontrado. Ali, ele disse que asfixou a vítima usando um cadarço.

“Ele tem curso de primeiros socorros. Ele aferiu o pulso de Rayane, bem como a veia jugular do pescoço. Ela ainda estava viva. Ele vendo isso e temendo que fosse descoberto o estupro, ele pegou a bota de Rayane que estava no assoalho do banco de passageiro dianteiro, do lado de Rayane, pegou o cardarço, colocou em seu pescoço até matá-la.”

O delegado Rubens José Ângelo descreve Michel como uma pessoa fria, calculista e sem arrependimento.

No período em que a jovem ficou desaparecida, o segurança chegou a comentar um post compartilhados para ajudar na localização da jovem. Para a polícia, ele tentava um álibi.

No dia 1º de novembro, um ato reuniu centenas de pessoas na Avenida Cívica. O objetivo foi homenagear a jovem e também discutir a violência contra a mulher, a união entre amigos e o diálogo entre pais e filhos.

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