As 30 categorias de servidores do Estado de Mato Grosso (MT) iniciaram uma paralisação nesta terça-feira (12), em todo o Estado. Segundo o Fórum Sindical, a paralisação será por 24 horas em protesto aos atrasos e parcelamento de salário dos servidores por parte do governo estadual. Em Rondonópolis os servidores se reuniram na Praça Brasil durante um ato unificado.
O ano letivo dos alunos na rede estadual foi retomado na segunda-feira (11), e as aulas foram suspensas nas unidades nesta terça-feira (12), mas retomam nesta quarta-feira (13). Conforme informações, o serviço da saúde segue respeitando as leis funcionando integralmente a urgência e emergência no Estado de MT.
Segundo a vice-presidente do Sindicado dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Antônia Aparecida Oliveira Aguiar, o objetivo da paralisação é fazer com que a sociedade se sensibilize ao que está acontecendo com os servidores públicos.
“Nós estamos cobrando respeito ao artigo 37 da Constituição Federal que garante o pagamento da nossa Recomposição Geral Anual (RGA), também queremos o calendário de pagamento de salários sem atrasos, não parcelamento dos salários dos servidores e 13°, nós temos companheiros que ainda não receberam o 13° que foram parcelados lá no mês de dezembro. Previdência pública solidária e o não aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14%”, ressalta Antônia.
O Diretor Regional Sul da Secretaria Estadual de Saúde (SES) – MT, Alexander Guimarães, disse que existe 100% de chances de acontecer greve já que Mauro Mendes está fazendo o mesmo que Pedro Taques. “A história se repete. Os ajustes necessários não são feitos. Não mexem onde deveriam mexer e estão mexendo no bolso do trabalhador e penalizando somente uma categoria, “ explica.
Ainda conforme o Diretor Regional, desde 2015 os servidores sofrem pelas imposições.
“Recomposição não é aumento salarial, é devolver ao trabalhador o que a inflação retira dos nossos salários anualmente. Em 2015 nós tivemos o nosso RGA parcelado, 2016 nós enfrentamos a maior greve geral do Estado de MT. Um governo que fala que está em crise financeira com aumento de 144% aos poderes, não existe isso! Nós não aceitamos receber os nossos salários fracionados, nós estamos pagando multas, juros de contas que nós não conseguimos pagar. É uma injustiça muito grande feita somente com os servidores. Nós queremos os serviços públicos de qualidade para a população, mas também queremos os nossos salários em dia, ” explica.
“Verbas indenizatórias deveriam ser suspensas nesse momento aos poderes, aos desembargadores, promotores, magistrados. Nós estamos vendo o legislativo e o judiciário se protegendo. Vem um aumento agora dado ao Supremo Tribunal Federal (STF) de 16% que vai ser um efeito cascata em todos os nossos poderes. Vai aumentar sim salários de promotores, desembargadores, dos nossos magistrados, conselheiros, tribunal de contas do estado, deputados, agora o nosso salário tem que ser parcelado. Um Estado que se apresenta em crise financeira, em calamidade, só que quem está pagando a conta é a população e os servidores. Nós estamos vendo um aumento para 2019 de 41 milhões para o Tribunal de Justiça do Estado, nós vemos um aumento dos gastos da Assembleia Legislativa de 35 milhões. Então nós acreditamos que se o Estado está em calamidade financeira, essa conta deveria ser paga por todos, a parcela de sacrifício não pode ser só do 13° dos professores, dos profissionais de saúde, dos nossos policiais do Estado de MT. Essa parcela deveria ser dos outros poderes também e o que nós estamos vendo é que o nosso salário hoje está parcelado. É um desrespeito, nós queremos isonomia de direitos. São 100 mil famílias de MT que dependem desse dinheiro para pagar as suas contas, alimentar as suas famílias. Nós não estamos brigando por favores, estamos brigando por direitos, o salário em dia não é favor do Governo é obrigação”, pontua Alexander.
“Passamos por um estelionato eleitoral porque o governador Mauro Mendes prometeu pagar os salários dentro do mês, ele prometeu não mexer na nossa recomposição e na primeira semana de governo colocou um pacote de medidas que vai atingir o servidor público durante todo o seu período inclusive colocando o aumento da alíquota que vai impactar os nossos salários, vai aumentar de 11 para 14%”, finaliza Alexander.