Para o presidente da bancada federal de Mato Grosso, Neri Geller (PP), o texto da reforma da Previdência deve sofrer o mínimo de alterações possíveis. O parlamentar considera que o país passa por um momento econômico bastante difícil e que o projeto, se aprovado, poderá colocar o Brasil de volta aos trilhos do desenvolvimento.
“Temos que dar um voto de confiança ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). Penso que devemos fazer a reforma da forma como ela chegou à Casa, sem muitas alterações. Não podemos começar a abrir concessão para uma ou outra categoria. Estamos trabalhando, junto à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), para que se vote como está, sem muitas mudanças”, pontuou.
Embora defenda a aprovação quase integral do texto, Geller considera que alguns pontos são passíveis de mudanças e discussões. Em que pese ser considerado um representante do agronegócio no Congresso Nacional – tendo já ocupado a cadeira de ministro da Agricultura no Governo Dilma Rousseff (PT) -, o progressista pontua a necessidade de se alterar o regime de aposentadoria do trabalhador rural.
A proposta do Governo Federal é ampliar a idade das mulheres para ter direito ao benefício, equiparando com os homens. Assim, passaria de 55 para 60 anos. “Essa mudança deveria ser apenas para quem exerce trabalho braçal. Hoje são poucos. Agora, pra quem trabalha em máquinas, grandes colheitadeiras, com ar-condicionado e tecnologia avançada, não tem muita diferença de um escritório”, analisa, ao considerar que não pode haver privilégios aos militares.
O texto da reforma foi admitido pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal na semana passada. Agora, passa a tramitar na Comissão Especial que analisará o mérito em 11 Sessões. Caso seja aprovada, a proposta segue para discussão e votação no Plenário da Câmara. Lá serão necessários 308 votos, dos 513 deputados, em dois turnos.
Após seguir todo o trâmite na Câmara dos Deputados, a reforma segue para o Senado Federal, para discussão e votação, onde serão necessários 49 votos, dos 81 senadores, em dois turnos. Por fim, o texto é promulgado pelo Congresso Nacional e segue para sanção ou veto do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A expectativa do Governo Federal é de ver a reforma aprovada ainda no primeiro semestre deste ano.