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Piloto encerra carreira para destinar patrocínio a jovens

Da Redação com R7
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Imagem: pilotoUma iniciativa que busca revelar jovens pilotos de motovelocidade tem conseguido unir dois eixos importantes do esporte: a descoberta de novos talentos e a inclusão social. Mas, se a motovelocidade aparenta ser um esporte apenas individual, a iniciativa também ensina os jovens a perceberem como o trabalho de equipe é vital para o sucesso do piloto. Ainda mais, porque, antes de tudo, nasceu de um ato de solidariedade.
Há cerca de três anos, o ex-piloto paulista Alan Douglas, bicampeão das 500 milhas da MotoGP do Brasil, entre outras conquistas, possibilitou que seu antigo sonho se tornasse uma nova realidade para alguns meninos. Sentindo o esporte como algo maior do que apenas a competição, ele encerrou a própria carreira para ceder seus patrocinadores a dois jovens que despontavam: Meikon Kawakami e Elinton Kawakami, conhecido como Ton.
E, a partir do sucesso e do esforço dos dois, o projeto se ampliou. Hoje dá suporte a 10 jovens que buscam riscar as pistas de asfalto, deixando no rastro, além da fumaça e do suor, aquele mesmo brilho inicial no olhar, aquele desejo que é o combustível do projeto e maior motivação de Douglas.

“O que me motivou (a iniciar tudo isso) foi a história do Meikon e do Ton. A família vendeu todos os bens que tinha, para que eles pudessem correr aqui no Brasil. O Meikon chegou e já foi vice campeão brasileiro, porém eles não tinham dinheiro para continuar o ano seguinte. E foi aí que eu decidi abandonar minha carreira profissional como piloto e passar todos os meus patrocinadores para eles e iniciar a equipe.”
Meikon, hoje com 16 anos, e Ton, com 18, seguiram os seus caminhos, iniciando uma já exitosa carreira internacional. Meikon já disputa o Campeonato Mundial de Moto3. Ton vai participar da Supersport 300, classe de acesso ao Mundial de superbike.

Eles ajudaram a dar vida à equipe que hoje se chama Team Playstation Yamaha. E que, além de manter a ajuda a ambos, busca seguir nesta trilha, ou circuito, de formação de jovens, basicamente com idades entre 9 e 16 anos.

Os meninos passam por uma série de avaliações e preparo antes de entrarem no time. A maioria das corridas da Superbike Brasil, na categoria Yamalube R3 Cup, ocorre no autódromo de Interlagos, em São Paulo, mas também há etapas em cidades como Londrina, Curitiba e Goiânia.
“O foco da iniciativa não é só andar de moto, mas entender que devemos ter sonhos e objetivos, entender que precisamos um dos outros para realizar. Nós trabalhamos muito a convivência, a compreensão com o próximo. A minha expectativa é que a gente possa trazer cada vez mais jovens para o esporte e incentivar eles a sonharem e terem objetivos na vida.”, ressalta Douglas.
Ele não espera necessariamente que todos os garotos, que recebem equipamentos e às vezes até moradia e alimentação, sigam na pista depois de alguns anos. Tem consciência de que, nesta carreira, há uma loteria de fatores que muitas vezes não dependem apenas do talento e da infraestrutura.

“A gente sabe que nem todos que participam do projeto vão correr nos campeonatos mundiais e nem vão ser campeões mundiais, porém temos certeza de que esse trabalho em equipe, a disputa na pista, o trabalho mental, tudo é um incentivo para que eles aprendam a serem pessoas focadas, direcionadas e terem um porquê e um objetivo na vida. Nós trabalhamos não só para formar pilotos campeões e sim seres humanos melhores.”

Formação humana

Muitos jovens incluídos são de famílias de baixa renda, que não conseguiriam arcar com os custos do esporte. Segundo Douglas, a formação em motovelocidade abre o leque de opções, já que os projetos esportivos de cunho social, no Brasil, ainda estão muito concentrados no futebol.

“Sabemos que, assim como existem as crianças que sonham em ser jogadores de futebol, temos muitas crianças apaixonadas por motovelocidade que sonham em correr pelo mundo.”

E em cada jovem que entra na equipe, após um período de preparação e testes, Douglas vê o mesmo semblante de esperança que viu em Meikon e Ton. Ambos acabaram realizando um sonho que antes foi do pai deles: se tornarem pilotos. Foi só terem condições e infraestrutura que colocaram o “pé na tábua”.

“Todos os meninos são talentosos e corajosos e todos têm um sonho, chegar ao mundial. E nosso trabalho também é ajudar para que isso se torne realidade. Assim como aconteceu para os irmãos Kawakami, que chegaram aqui sem nada e hoje estão lutando por uma vida melhor para eles e para a família.”

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