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Estreia | ‘Homem-Aranha: Longe de Casa’ é a arte de brincar com expectativas

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Imagem: homem aranha
Foto: divulgação

Homem-Aranha: Longe de Casa chega aos cinemas nesta quinta-feira (4) com muitas expectativas ao redor. Seja pela própria trama e como ela se encaixa (ou não) no universo Marvel nos cinemas, ou pelo fato de ser o primeiro lançamento neste universo após o estrondoso Vingadores: Ultimato.

Após estabelecer muito bem o herói e sua dualidade em De Volta ao Lar, os produtores novamente exploram as duas facetas de Peter Parker, que tenta retomar sua vida de adolescente e a convivência com seus colegas após ser “Blipado” (nome dado àqueles que desapareceram no estalar de dedos de Thanos e retornaram quatro anos depois, sem envelhecer um dia sequer).

O filme, tal qual um bom mágico, sabe qual a expectativa do público e vai o encaminhando para lá, mas não em um caminho direto e curto. A opção parece a clássica técnica de enganação dos ilusionistas, que chamam a atenção para um ponto, enquanto algo muito maior está sendo feito em outro lugar distinto.

Os trailers e entrevistas revelados até o dia do lançamento contribuíram muito para que o ambiente ideal surgisse e o filme pudesse brincar com mais e mais tópicos.

Não é à toa que Mistério faça sua estreia nas telonas em Longe de Casa. Conhecido dos fãs de quadrinhos, o mago é tão poderoso quanto (como o próprio nome indica) misterioso. A solução encontrada para encaixá-lo no que já está estabelecido nas telas é bastante convincente e a atuação de Jake Gyllenhaal faz com que ele se torne tão marcante quanto o Abutre de Michael Keaton.

Falando do longa em si, a divisão de momentos é tão marcante que é possível identificar dois filmes em um só. A primeira metade é a de adolescentes curtindo com os amigos uma viagem, com “aventuras do barulho e altas trapalhadas”, enquanto a segunda metade se torna um filme de ação com lutas bem coreografadas e de grande escala. Em ambas dois pontos se destacam: o humor e a brilhante atuação de Tom Holland como Peter Parker.

Com a perda de seu grande mentor nesse universo dos cinemas, Peter volta a enfrentar a insegurança que havia apresentado em De volta ao lar, mas somando-se a ela a tristeza de não ter a quem recorrer. E tudo isso transparece de modo natural na interpretação do jovem Holland, de 23 anos. Sem ter mostrado a morte do Tio Ben, a Sony/Marvel conseguiu conduzir a história para que sentimentos semelhantes pudessem ser vividos, levando ao crescimento do protagonista, mas dando um ar novo e diferente à história.

Esse ar revigorado também é sentido com todo o grupo da escola, principalmente com MJ. Completamente distinta da apresentada nos quadrinhos e em versões anteriores nas telas, Zendaya consegue entregar uma personagem que mantém todo o sentimento sentido pela clássica ruiva, mas trazendo novos traços, que a tornam mais complexa e intrigante.

Imagem: homem aranha 2
Foto: divulgação

Outro ponto a ser destacado é a trilha sonora. Novamente competente, Michael Giacchino coloca os temas do Homem de Ferro e dos Vingadores em meio às suas faixas, sem deixar de dar o destaque esperado ao novo tema do teioso, que reflete essa nova personalidade muito bem.

Enquanto nos dois primeiros atos existem pontos em que se sente um certo excesso, o terceiro apara todas as arestas e consegue embalar todas as qualidades e entregar um belo produto, deixando um “gosto” bom ao sair da sala de cinema.

No fim, Homem-Aranha: Longe de casa, consegue equilibrar e desviar de tudo o que se esperava dele, entregando um filme interessante, que faz seus personagens crescerem e ainda fazer curvas pelas quais o espectador não necessariamente espera, sem soar falso ou fazer o público de bobo, sempre se enraizando no que já está estabelecido para criar maior veracidade. É bom ter o amigão de volta à vizinhança, mesmo que em outro continente.

P.S.: Existem duas cenas pós-créditos. A primeira é de fazer muitos queixos irem para o chão.

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