Em votação secreta realizada na noite desta quarta-feira (14), a Assembleia Legislativa de Mato Grosso rejeitou a indicação do advogado Emerson de Almeida Souza para a Diretoria de Transportes da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager). Ele foi indicado pelo governador Mauro Mendes (DEM) e rejeitado por 10 votos a oito após uma sabatina diante de 21 dos 24 deputados estaduais.
O resultado da votação gerou atritos na Casa e desagradou o presidente do Legislativo Estadual, Eduardo Botelho (DEM), que é aliado do governador. O democrata destacou que houve articulação interna para que o nome de Emerson fosse rejeitado. O primeiro-secretário da Assembleia, deputado Max Russi (PSB), é apontado como o responsável pela articulação que resultou na rejeição do indicado de Mendes.
Emerson é servidor de carreira na Ager desde 2003. Ele é investigado em inquérito aberto pelo Ministério Público Estadual (MPE) em novembro de 2017 por causa de supostas irregularidades na licitação do transporte intermunicipal. Ele chegou a ser citado na Operação Rota Final, deflagrada pela Delegacia Fazendária (Defaz) em abril de 2018 para investigar uma tentativa de fraude numa licitação de R$ 11,2 bilhões para concessão do transporte público intermunicipal de passageiros no Estado.
Conforme informou a Polícia Civil na época, a operação tinha como objetivo investigar fatos contidos na delação do ex-governador Silval Barbosa sobre um grupo de empresas teria repassado R$ 6 milhões a ele. Agora, caberá ao governador indicar outro nome para a vaga na Ager que seria ocupada por Emerson de Almeida.
Por outro lado, na mesma votação os deputados aprovaram o nome José Rodrigues Rocha Júnior, também advogado, para o cargo de diretor-regulador de Ouvidoria da Ager. Ele já foi secretário municipal de Assistência Social na gestão de Mauro Mendes como prefeito de Cuiabá e deve ser nomeado nos próximos dias.