O empresário Frederico Müller Coutinho conseguiu habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) nesta quarta-feira (14) e deixará a prisão para continuar respondendo, em liberdade, ao processo criminal contra ele decorrente da Operação Mantus, onde foram desarticuladas duas organizações criminosas atuantes na exploração do jogo do bicho em Mato Grosso.
Conhecido como “DOM”, ele é apontado como líder do Grupo Ello/FCM rival do Grupo Colibri chefiado pelo bicheiro João Arcanjo Ribeiro, também preso na operação deflagrada pela Polícia Civil no dia 29 de maio deste ano. O habeas corpus foi concedido pelos desembargadores que integram a Terceira Câmara Criminal do TJ. Frederico Müller vai ser monitorado por uma tornozeleira eletrônica e terá que cumprir outras medidas cautelares.
“Estou concedendo da mesma forma porque não apresenta nenhum antecedente criminal, igual aos demais, de forma que aquelas medidas que nós colocamos parecem suficientes para conter esta atividade, com bloqueio de valores e colocação de monitoramento eletrônico”, despachou o desembargador Rui Ramos Ribeiro, relator do habeas corpus ao lembrar que na semana passada outros presos na mesma operação já foram colocados em liberdade.
Vale ressaltar, no entanto, que João Arcanjo ainda continua preso uma vez que seu habeas corpus ainda não foi analisado pelo colegiado. Em decisão monocrática assinada na última segunda-feira (12), Rui Ramos negou o pedido de liberdade a João Arcanjo. Ponderou que o HC precisa ser analisado pelos demais desembargadores.
Quem também já foi colocado em liberdade é o empresário Giovanni Rodrigues Zem, genro de Arcanjo, que também foi preso acusado de chefiar o Grupo Colibri ao lado do sogro. Ele conseguiu habeas corpus no dia 7 deste mês e passou a utilizar uma tornozeleira.
Na Operação Mantus foram expedidos 33 mandados de prisão e outros 30 de busca e apreensão contra pessoas apontadas como integrantes dos Grupos Colibri e Ello/FMC. De acordo com a Polícia Civil, além da contravenção penal (jogo do bicho), os dois grupos também vinham praticando crime de lavagem de dinheiro para dar ares de legalidade ao dinheiro arrecadado com o jogo do bicho em várias cidades de Mato Grosso.
Eles são réus numa ação penal que tramita na 7ª Vara Criminal de Cuiabá por crimes de organização criminosa, extorsão, extorsão mediante sequestro, lavagem de dinheiro e exploração de jogo do bicho.