Por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o empresário Giovanni Zem Rodrigues, genro do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, preso desde o dia 29 de maio por exploração do jogo do bicho, será colocado em liberdade. O habeas corpus a favor de Zem foi apreciado nesta quarta-feira (7) pelos desembargadores que integram a Quarta Câmara Criminal do TJ e concedido para revogar a prisão preventiva decretada pelo juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues da Sétima Vara Criminal de Cuiabá.
Ele vai utilizar tornozeleira eletrônica e cumprir outras medidas cautelares impostas pelos magistrados. A expectativa das defesas é que os desembargadores também coloquem em liberdade João Arcanjo e os demais integrantes do Grupo Colibri.
Na Operação Mantus, deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil, também foram presas outras 17 pessoas acusadas de fazer parte do Grupo Ello/FMC chefiado pelo empresário Frederico Müller Coutinho, conhecido com “DOM”. No entanto, os efeitos do habeas corpus não se estendem ao grupo adversário.
Mas de todo modo, a tendência é que o Tribunal de Justiça também revoge a prisão preventiva dos integrantes do Grupo Ello, uma vez que as acusações contra eles são basicamente as mesmas assim como os argumentos acolhidos pelo juiz da Sétima Vara para decretar as prisões preventivas.
Do Grupo Colibri, João Arcanjo e Rodrigo Zem são apontados como os chefes do grupo, classificado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPE), como uma organização criminosa. No julgamento do habeas corpus, o relator Rui Ramos Ribeiro, firmou entendimento de que não faz sentido colocar em liberdade apenas os réus apontados como chefes e por isso estendeu os efeitos aos demais presos. Seu voto foi acompanhado pelos desembargadores Gilberto Giraldelli e Juvenal Pereira da Silva.
O Grupo Colibri é composto por Mariano Oliveira da Silva, João Arcanjo Ribeiro, Giovanni Zem Rodrigues, Noroel Bnu da Costa Filho, Adelmar Ferreira Lopes, Sebastião Francisco da Silva, Marcelo Gomes Honorato, Paulo Cesar Martins, Breno Cesar Martins, Bruno Cesar Aristides Martins Augusto Matias Cruz, Agnaldo Gomes de Azevedo e José Carlos de Freitas Valcenir Nunes Inerio.
Na Operação Mantus foram expedidos 33 mandados de prisão e outros 30 de busca e apreensão contra pessoas apontadas como integrantes de duas organizações criminosas: a Colibri e a Ello/FMC. De acordo com a Polícia Civil, além da contravenção penal (jogo do bicho), os dois grupos também vinham praticando crime de lavagem de dinheiro para dar ares de legalidade ao dinheiro arrecadado com o jogo do bicho em várias cidades de Mato Grosso.
No começo de julho, o juiz Jorge Tadeu recebeu a denúncia do Ministério Público contra os integrantes dos dois grupos. Com isso, eles passaram à condição de réus pelos crimes de organização criminosa, extorsão, extorsão mediante sequestro, lavagem de dinheiro e exploração de jogo do bicho (contravenção penal).