“Vim da cidade de Barra do Bugres para agradecer meu pedido que foi atendido”. Luzia Bortoluzzi, 38 anos, sofria ao ver o pai padecer de um câncer em decorrência de anos de tabagismo, e foi através da interseção de Maria da Cruz que ela acredita que o pai tenha sido curado.
Maria Antônia da Cruz nasceu na década de 30, na cidade de Santana dos Brejos, no estado da Bahia. Acompanhada dos pais, Januário Antonio da Cruz e Francisca Antônia da Cruz ela veio para o estado de Mato Grosso quando ainda tinha 7 anos de idade. Os pais vieram atraídos pelo garimpo e se instalaram na região de Poxoréu, cidade distante cerca de 260 Km da capital, Cuiabá.
Aos 10 anos de idade, Maria da Cruz foi picada por uma cobra, porém, teve sintomas parecidos com os da temida Lepra. Esses sintomas se arrastaram por 7 anos, até que aos 17 anos de idade, Maria da Cruz faleceu. Os pais da garota decidiram sepultar o corpo dela no meio do cerrado, e em seguida foram embora e nunca mais voltaram para aquela região.
A história da Santa Maria da Cruz, teve início poucos anos depois da morte dela quando alguns moradores da região garantiram serem atendidos em alguns pedidos mediante a interseção da garota junto às forças celestiais.
Alguns desses milagres atribuídos a Santa estão registrados em cartório. Porém, foi somente em 2001, várias décadas depois da morte dela, que a história da Santa Maria da Cruz ganhou mais corpo. Foi neste ano que um fazendeiro que foi agraciado por um milagre em reencontrar um gado perdido, construiu a Capela Santa Cruz exatamente no local onde o corpo da garota havia sido sepultado.
A partir daí, todos os anos, milhares de devotos de várias cidades do estado de Mato Grosso e demais estados brasileiros se deslocam até a Capela Santa Cruz, que fica no Km 62 da MT-130, entre as cidades de Rondonópolis e Poxoréu, para agradecer graças recebidas e fazer pedidos de interseção.
A Rosângela Martins dos Reis saiu cedo de Poxoréo neste domingo, pois todo ano é celebrada uma missa especial em intenção à Santa Maria da Cruz para que seus devotos façam seus pedidos e sacrifícios. A Rosângela acredita que vai ser curada de uma doença crônica que a acompanha há vários anos.
E assim segue a humanidade movida pela fé inabalável em atingir, o que muitas vezes, para um ser comum é inatingível. Pois a fé pertence aos corajosos, capazes de sacrificar seu próprio “eu” em função de um todo.