Agora MT Destaques MP denuncia delegada e ex-secretário por grampos em amante e assessora
GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

MP denuncia delegada e ex-secretário por grampos em amante e assessora

Como punição pede que a delegada da PJC seja suspensa da função por 6 meses em salário e que o ex-secretário pague indenização de R$ 15 milhões

Por Welington Sabino com assessoria
VIA

Imagem: Alana Cardoso e Paulo Taques
Delegada Alana Cardoso e o ex-secretário Paulo Taques – Fotos: divulgação

A delegada da Polícia Civil, Alana Darlene Sousa Cardoso, e o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Zamar Taques, foram acionados na Justiça pelo Ministério Público Estadual (MPE), através de uma ação civil pública por improbidade administrativa. A denúncia foi protocolada nesta sexta-feira (13) pela 19ª Promotoria de Tutela Coletiva de Segurança Pública da Capital. Se for aceita, ambos passarão à condição de réus e terão oportunidade de apresentar suas respectivas defesas.

Trata-se de um desdobramento das investigações acerca do esquema de escutas telefônicas ilegais que ficou conhecido como “grampolândia pantaneira”. Eles são acusados de praticar irregularidades em interceptações telefônicas na Operação Forti quando a então amante de Paulo Taques, a publicitária Titiane Sangalli, e Caroline Mariano, então assessora de Taques na Casa Civil, foram grampeadas ilegalmente a pedido de Paulo Taques com atuação da delegada, levando o Judiciário a erro.

Deflagrada em fevereiro de 2015 pela PJC sob o comando da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), a Operação Forti tinha como objetivo investigar crimes ligados às facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho de Mato Grosso (CVMT). Porém, segundo o Ministério Público, naquela época o então secretário Paulo Taques procurou a Polícia Civil e externou à delegada sua preocupação sobre um possível atentado contra si e contra seu primo, o então governador Pedro Taques (PSDB). Na ocasião, ele apresentou uma folha contendo supostas conversas telefônicas interceptadas, demonstrando que duas mulheres (Tatiane e Caroline) estariam tramando atentado contra os dois. Mas tudo não passava de uma invenção para ele monitorar a amante e a assessora.

Conforme o MPE, no anseio e propulsão de resguardar a integridade de agentes políticos do alto escalão, Alana Cardoso valeu-se de meios ilícitos, caracterizadores de atos de improbidade administrativa, para promover a investigação. A primeira irregularidade praticada, segundo o Ministério Público, foi a inclusão de terminais telefônicos apresentados pelo então secretário de Estado no pedido de prorrogação de interceptações telefônicas da operação Forti, que apurava a participação de pessoas vinculadas a organizações criminosas atuantes nos presídios da Capital.

Os meios utilizados pela delegada, conforme o MPE, estão em desacordo com os procedimentos operacionais padrões que devem ser observados em uma investigação de inteligência criminal. O Ministério Público sustenta que a delegada agiu com desvio de finalidade ao investigar ameaças a agentes políticos em procedimento criminal que apurava pessoas vinculadas às organizações criminosas PCC e CV-MT. A Promotoria de Justiça argumenta ainda que a delegada induziu a erro o Ministério Público e o Poder Judiciário que manifestaram e determinaram o deferimento ilegal do pleito. Também pesa contra a delegada a ausência de publicidade e transparência do pedido de interceptação telefônica, requisitos essenciais de validade do ato administrativo.

Quanto à conduta do ex-secretário, o MPE ressalta que ele aproveitou-se do prestígio que possuía em razão do cargo político que ocupava para solicitar providências investigativas realizadas por meio de interceptações de comunicações telefônicas, utilizando meios espúrios.

Na ação, o Ministério Público Estadual requer ao Poder Judiciário à condenação dos denunciados às sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa. Em relação à delegada, foi requerida a suspensão no exercício da função pública pelo prazo de 180 dias sem direito a salários, indenização a título de dano moral coletivo no valor de R$ 15 mil, a ser revertido ao Núcleo de Inteligência da Polícia Judiciária Civil e o pagamento de multa no valor dr R$ 25 mil fixada em proporção à remuneração percebida por ela na época dos fatos.

Já ao ex-secretário, o MP requereu a aplicação das seguintes sanções: proibição de ocupar cargo público pelo período de três anos, suspensão dos direitos políticos pelo mesmo período, aplicação e multa no valor de R$ 25 mil, também proporcional à remuneração percebida por ele na época dos fatos e pagamento indenização a título de dano moral coletivo no valor de R$ 15 milhões.

Relacionadas

Justiça mantém prisão preventiva de Carlinhos Bezerra por duplo homicídio

A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) negou, por unanimidade, habeas corpus impetrado por Carlos Alberto Gomes Bezerra, réu...

Empresário Paulo Backes assume diretório municipal do Republicanos em Rondonópolis

Paulo Backes, jovem empresário no segmento atacadista e distribuidor, que foi empossado Presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor de Mato Grosso -...

Sesp realiza dois leilões para venda de 82 veículos e sucatas nesta semana

A Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso realiza na próxima quarta e quinta-feira (24 e 25.04), em Cuiabá, dois leilões de 82 veículos...

Caixa começa a pagar Bolsa Família de abril

A Caixa Econômica Federal começa a pagar a parcela de abril do novo Bolsa Família. Recebem nesta quarta-feira (17) os beneficiários com Número de...

Raio recuperada moto roubada e adolescente é apreendido por receptação

Uma moto Honda CG Titan de cor prata, sem placa de identificação, com registro de roubo foi recuperada pela equipe de Rondas e Ações...

Jovem de 28 anos morre afogado no Rio Paraguai

Um jovem de 28 anos morreu após se afogar no Rio Paraguai, nas proximidades de Denise-MT. Segundo informações apuradas pela equipe da TV Vale,...

Rondonópolis ganha nova opção de lazer com lançamento do Riviera Thermas do Lago

O empresário Osmair Ribeiro de Freitas, que atua no ramo de turismo e hotelaria há um bom tempo em Rondonópolis, está preparando a inauguração...

Governo de MT estabelece período proibitivo de uso do fogo com prazos ampliados e diferentes

O Governo de Mato Grosso decretou prazos ampliados para o período proibitivo de uso do fogo em 2024. Na Amazônia e Cerrado, o uso...

Anvisa mantém proibição ao cigarro eletrônico no país

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com isso, continua proibida...

Especiais

Últimas

Editoriais

Siga-nos

Mais Lidas