A senadora Selma Arruda (Podemos) usou a tribuna do Senado nesta segunda-feira (30) para criticar o ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, pelo episódio relatado por ele próprio, no qual entrou armado dentro do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2017, com intenção de matar o ministro Gilmar Mendes e se suicidar em seguida.
Ela também reprovou a atitude de pessoas que comentaram em redes sociais e espaços de matérias jornalísticas dizendo que Janot deveria ter levado o plano adiante e matado o ministro. Apesar disso, Selma Arruda, que é juíza aposentada com direito de andar armada, defendeu o porte de arma. Mas deixou claro que não apoia atitudes violentas, pois enfatiza que problemas e indiferenças não se revolve com violência.
No caso de Rodrigo Janot, a senadora observa que o porte de arma não interferiu em nada e lembra que ela enquanto estava na ativa da magistratura também tinha direito de entrar nos tribunais armada e que o ministro Gilmar Mendes também tem o mesmo direito.
“Deixo aqui registrado o meu descontentamento com esse tipo de atitude, não apoio atitudes violentas. Sou a favor do porte de armas e acho até que nesse caso o porte de arma não interferiu em nada. Porque afinal de contas nada aconteceu. Sou a favor do porte de arma sim, mas não a favor de se resolver as coisas dessa forma”, disse a senadora no discurso.
Selma Arruda, ponderou no entanto, que o Supremo precisa ouvir as vozes do povo, da Constituição Federal, Ministério Público e a voz do Brasil, que segundo ela, precisa mudar e se renovar.
“Não é possível que você vá as redes sociais depois de uma notícia dessa e veja a maioria das pessoas ali: ô Janot porque você não terminou de fazer o serviço? Ô Janot você devia ter feito. Poxa vida, isso não é bom, isso não é bonito, não é brincadeira. Isso deixa um ministro do Supremo muito mais a mercê de perigo do que estaria só com o Janot fazendo uma coisa dessas. O Brasil inteiro dizendo isso é muito triste”, lamentou a senadora repreendendo internautas por comentários de apoio para que Janot concretizasse o plano de assassinar Gilmar Mendes.
“Fica o meu apelo no sentido de que a Corte Superior saiba entender melhor o que diz as ruas, o que diz a Constituição sim, porque a nossa Constituição garante direitos e impõe deveres”, pontuou Arruda.