Notificado oficialmente na última terça-feira (29), pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Cuiabá, sobre a abertura de um processo de cassação de seu mandato, o vereador Abílio Júnior (PSC) deixou claro que está pronto para contra-atacar os argumentos, que alguns colegas podem estar preparando para assegurar a perda de seu mandato e sua inelegibilidade nas próximas eleições.
A resolução que instaura o terceiro processo de cassação contra o vereador já tinha sido publicada na no Diário Oficial de Contas do TCE-MT na semana passada. No Legislativo Cuiabano, o vereador Marcrean Santos (PRTB) é o relator do procedimento que visa apurar a conduta de Abilinho após supostos excessos cometidos por ele, dentro e fora do parlamento.
No documento, consta que Abílio tem “praticado de forma reiterada e conscientemente atos incompatíveis com o decoro parlamentar, por abuso de prerrogativas constitucionais asseguradas ao vereador”.
E também supostas ofensas feitas a outros colegas, como ao presidente da Câmara, Misael Galvão (PSB) que ele classificou como preguiçoso, além do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que Abílio chama de corrupto.
Por sua vez, Abílinho pediu que a Casa de Leis mostre provas que ele tenha usado de violência contra qualquer colega de parlamento ou servidor público. “Onde está este vídeo ou porque nenhum destes vídeos vieram a público? Tive uma conversa com o secretário de Estado de Segurança, Alexandre Bustamante, e relatei estas questões e tive a promessa dele [Bustamante] que faria algum tipo de monitoramento sobre o assunto”, frisou o vereador.
Sobre uma discussão ocorrida em reunião no gabinete da presidência da Casa, Abílio admitiu a “briga” com o vereador Juca do Guaraná (Avante). Argumentou que o Juca teria se sentido ofendido com uma fala sua em plenário e na reunião ocorrida no gabinete de Misael Galvão pediu para ele fazer um exame de sanidade mental.
“Na ocasião, respondi que faria desde que ele fizesse também um exame toxicológico. Quando Juca ficou descontrolado e jogou uma cadeira em minha direção e acabou meio que acertando Orivaldo da Farmácia (PRP). Juca ainda saiu pra cima de mim e eu fugi. Porque não tenho interesse de entrar em confronto físico, pois acredito que temos que ir na base da ideia, só parte para o ataque quem perde os argumentos”, justificou Abilinho deixando claro que não irá “abaixar a cabeça, pedir benção ou fazer negociata”.