O agente prisional Edson Batista Alves, 35 anos, foi encaminhado na manhã desta sexta-feira (22), ao presídio militar de Santo Antônio de Leverger (MT), após ter a prisão temporária convertida em preventiva.
Ele espancou a companheira e o filho dela de 6 anos e, inclusive, quebrou um dos braços do garoto. Mãe e filho eram mantidos em cárcere privado, em Cuiabá, e submetidos a sessões de tortura há duas semanas.
Edson já possui passagens por violência doméstica. Por causa disso foi removido do Serviço de Operações Especiais (SOE) da Penitenciária Central do Estado (PCE) e usava tornozeleira eletrônica.
À reportagem do PORTAL AGORA MATO GROSSO, o delegado Sued Dias da Silva Júnior relatou que a mulher de 31 anos, que era moradora de Rondonópolis (MT), disse ter conhecido o homem pela internet. Ela veio para Cuiabá em busca de uma vida melhor após insistência do agressor. Em depoimento, a vítima explicou que quando chegou na Capital o ‘inferno’ começou.
Morando no bairro Alvora, ela era espancada, obrigada a ficar de joelhos e sem comer por um período de 24h. Ainda segundo a mulher, ela era obrigada a tomar banho com água fervendo, era chicoteada e estuprada. Já o filho de seis anos tinha a cabeça colocada no vaso sanitário.
Em uma sessão de espancamento o menino teve o braço quebrado. Em um vídeo divulgado nos histories do Instagram de Edson, antes de sua prisão, o garoto é induzido pelo suspeito a mentir em relação ao braço quebrado. “Oi pessoal, hoje eu estou aqui no Cuiabá, eu quebrei o braço sem querer, mas está tudo bem comigo. Estou relaxando, estou com o braço porque fui arrumar briga na porta da ‘Zona’. É isso aí, tchau”, disse o menino. Veja vídeo no final da matéria.
O sofrimento de mãe e filho terminou na noite da última quarta-feira (20), quando a mulher conseguiu fugir e acionar um motorista de aplicativo que a levou até a Central de Flagrantes no Verdão. Entre as formas de agressões estavam banhos com água muito quente, vassouradas na cabeça, chicoteadas com fios de celular e cabeça batida contra paredes.
A reportagem não conseguiu, até a publicação desta matéria, encontrar a defesa do suspeito. O espaço segue em aberto.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou que o servidor teve o porte de arma suspenso, cautelarmente, em julho deste ano, por ter sido preso em maio, acusado de violência doméstica. No site do Tribunal de Justiça de Mato Grosso o processo tramita sob segredo de Justiça.