Denúncias apontando a falta de anestesistas no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que teve a última etapa inaugurada num grande ato político na última segunda-feira (18), levaram o Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) a abrir sindicância para apurar as responsabilidades e irregularidades na unidade que dispõe de 315 leitos e ambulatório com 13 especialidades médicas de maior demanda na Central de Regulação.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (20), feriado do Dia da Consciência Negra, o CRM informou que uma unidade médica do porte do HMC, que prestará atendimentos de urgência e emergência, “não deve, em hipótese alguma, abrir suas portas sem a estrutura mínima necessária, conforme estabelecido pela Resolução CFM 1451/95”.
Nesta quinta-feira (21) a prefeitura de Cuiabá justificou, também em nota, que empresa que venceu a licitação para atuar com os serviços de médicos anestesistas na urgência e emergência do Hospital Municipal de Cuiabá, desistiu de forma repentina de prestar os serviços. Afirma ainda que “agiu rápido e restabeleceu o quadro de profissionais necessários para o funcionamento ideal da unidade hospitalar”.
Conforme o Conselho Regional de Medicina, a equipe médica do Pronto-Socorro deve, em regime de plantão no local, ser constituída, no mínimo, por profissionais das seguintes áreas: anestesiologia, clínica médica, pediatria, cirurgia geral e ortopedia. “Sendo assim, o CRM-MT, órgão supervisor e fiscalizador do exercício profissional, e das condições de funcionamento dos serviços médicos prestados à população de Mato Grosso, abrirá sindicância ex-oficio para apurar as responsabilidades e irregularidades no HMC”, diz o comunicado.
Por sua vez a Prefeitura de Cuiabá esclarece que a medida emergencial incluiu documento de cedência dos profissionais efetivos do antigo Pronto Socorro por parte da Secretaria Municipal de Saúde. Com isso, garante que o HMC atuou com quadro completo em plena capacidade durante esta quarta-feira (20), o que proporcionou 89 atendimentos graves em menos de 12 horas de plantão, incluindo quatro cirurgias de alta complexidade.
De acordo com o diretor geral da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, Alexandre Beloto, embora o quadro tenha sido prejudicado no primeiro plantão do PS/HMC, não houve quaisquer prejuízos às pessoas que buscaram atendimentos na unidade.
“O primeiro dia de atendimentos aconteceu com equipe completa o que proporcionou 72 atendimentos graves, incluindo seis cirurgias de média complexidade. Com equipe de anestesistas reduzida no período da noite, a equipe optou por transferir apenas uma cirurgia mais grave para o antigo Pronto Socorro, uma vez que a equipe de lá estava completa”, disse Beloto.
A Secretaria Municipal de Saúde autorizou a Empresa Cuiabana a fazer um estudo sobre a possibilidade de contratar empresas fora do Estado para assumir o serviço de anestesia da Rede SUS em Cuiabá.