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Brasil sobe no IDH mas mantém desigualdade recorde de renda

País teve leve alta no Índice de Desenvolvimento Humano com 0,761, mas caiu uma posição

Da redação com R7
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O Brasil subiu 0,001 no valor do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) divulgado nesta segunda-feira (9) pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Apesar da leve melhora, o País caiu uma posição no ranking entre 189 países e territórios, passando de 78 para 79, ao lado da Colômbia.

O IDH do Brasil passou de 0,760 em 2017 para 0,761 em 2018, o que o mantém como um País de alto desenvolvimento humano. Países com IDH superior a 0,750 são considerados pelas Nações Unidas como de alto desenvolvimento. O Brasil também está acima da média para países da América Latina e do Caribe, de 0,759.

O índice, calculado a partir de dados de saúde, educação e renda, tem melhorado no Brasil nos últimos anos, o que é positivo. O próprio Pnud, no entanto, alerta para um ponto importante: o índice do Brasil é alto porque há poucas pessoas que vivem em altíssimo nível de desenvolvimento enquanto muitas vivem em níveis muito baixos. Os dados dos ricos, portanto, empurram as médias brasileiras para cima.

A economista-chefe da unidade de desenvolvimento humano do Pnud no Brasil, Betina Barbosa, explica porque o próprio relatório fala que é importante se olhar além das médias:

— No Brasil temos um IDH alto, mas ele é uma média. Quando a gente aplica o coeficiente de desigualdade a gente vê que é a boa performance dos ricos que faz do IDH alto.

O Brasil é o país mais desigual do mundo no quesito renda:

— O Brasil é o mais desigual, e isso o relatório traz, quando a gente olha para a renda. Mas o relatório é mais amplo. A desigualdade de renda é o resultado de um conjunto outro de desigualdades. Quando a gente analisa dados regionais, e isso vai ficar mais claro na pesquisa de março de 2020, no Atlas. A gente tem verdadeiras Noruegas no Brasil. A Noruega é o país com o melhor desempenho no IDH e dentro do Brasil temos verdadeiras ilhas de prosperidade. Mas temos uma realidade muito díspare.

O relatório também alerta para pontos futuros: o desenvolvimento humano dos países irá depender de como irão lidar com os impactos das mudanças climáticas e das mudanças tecnológicas, especialmente no mercado de trabalho.

Crescimento do Brasil

Em 28 anos, entre 1990 e 2018, o IDH brasileiro cresceu 24%, acima da média global, de 22%, o que mostra o efeito de políticas públicas, como investimentos em educação, o SUS e os programas de transferência de renda. No período, a esperança de vida ao nascer no Brasil cresceu 9,4 anos (ou 26%) e a média de anos de estudo aumentou em 4 anos, mais do que dobrou (105% de aumento). Já o Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita cresceu cerca de 39,5% entre 1990 e 2018.

Brasil e Brics

Quando analisados os Brics, grupo que reúne Brasil, China, Índia e África do Sul, apenas a Rússia apresenta um IDH maior que o do Brasil, de 0,824. China, África do Sul e Índia aparecem no ranking na sequência, com índices de 0,758, 0,705 e 0,647, respectivamente. Na esperança de vida ao nascer, somente a China tem um dado mais alto, com 76,7 anos contra 75,7 do Brasil.

O Brasil tem o segundo melhor indicador do grupo em termos de anos esperados de escolaridade (15,4 anos), ficando atrás apenas da Rússia (15,5 anos).

IDH ajustado à desigualdade

A partir de 2010, o Pnud passou a calcular o índice de desenvolvimento dos países também com um ajuste à desigualdade (IDHAD), por entender que as médias não retratam fielmente a situação dos países desiguais. Ao considerar a desigualdade, o Brasil é o País que mais cai no ranking de desenvolvimento humano. O País cai quase 25% ou 23 posições e tem o seu IDHAD de 0,574, saindo, portanto, do rol de países com alto desenvolvimento humano.

De acordo com o índice, os 10% mais ricos do Brasil concentram 41,9% da renda total do país, e a parcela dos 1% muito ricos concentram 28,3% da renda. Esta é a segunda maior concentração de renda do mundo, sendo que o Qatar ocupa a primeira, com 1% dos mais ricos com um terço da renda (29%).

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