Maria do Desterro Rodrigues de Carvalho, 35 anos, foi solta no início da tarde desta quinta-feira (19), mesmo confessando ter matado o companheiro Geovane Santana Ferreira, 22 anos, com uma facada no peito durante a madrugada. A mulher afirmou ao delegado Daniel Santos Nery, que investiga o caso, que era agredida pelo homem e foi ameaçada de morte. O delegado entendeu que a suspeita agiu em legítima defesa.
O homicídio ocorreu nesta madrugada de quinta-feira (19), por volta das 2h15, na casa do casal, no bairro Ypê Amarelo, em Lucas do Rio Verde (MT).
De acordo com as informações repassadas pela Polícia Civil, Geovane era usuário de drogas e foi atingido por um único golpe fatal no coração. Ele morreu com hemorragia interna, sem chance de socorro. A própria suspeita chamou a polícia e confessou.
À Polícia Civil, Maria disse que o companheiro tinha usado drogas, como de costume e havia surrado ela com uma cadeira. De acordo com a mulher, as agressões eram frequentes e na noite anterior, dois homens foram na casa do casal cobrar uma dívida de Geovane e disseram que voltaria na manhã seguinte.
O marido, sob efeito de droga, teria exigido que a mulher pagasse a dívida para os traficantes, caso ao contrário a mataria. Já revoltada por ter sido agredida pelo companheiro ela se recusou a passar o dinheiro que, segundo a Polícia Civil, seria uma quantia de R$75.
Foi então que iniciou a discussão seguida de agressão física. A mulher contou que foi enforcada pelo companheiro e acreditava que ele iria matá-la. Por isso, com medo de morrer, ela conseguiu se soltar, pegou uma faca na cozinha e desferiu um golpe no peito do homem. Ele morreu na hora. Essa versão será apurada através das investigações.
O delegado Daniel Santos Nery confirmou ao PORTAL AGORA MATO GROSSO que a suspeita se mostrava arrependida, estava desesperada e chorava muito, pois só queria conter o agressor. O delegado entendeu que Maria agiu em legítima defesa e optou por não mantê-a presa, dispensando, inclusive, o pagamento de qualquer fiança. A suspeita vai responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.