O desfecho de uma investigação que inicialmente apontava para um caso de sequestro, cárcere privado e estupro de uma adolescente de 16 anos, supostamente com problemas mentais, revoltou familiares da jovem no município de Juscimeira (MT). Isso porque o delegado do caso, Claudemir Ribeiro de Souza, só indiciou o suspeito pelo crime de posse ilegal de arma de fogo e o colocou em liberdade mediante pagamento de uma fiança.
A versão da família da menor aponta que ela foi sequestrada e ficou presa por três meses na casa do suspeito que tem 55 anos, sendo estuprada e torturada. Familiares também afirmam que a idade mental da vítima não corresponde à idade cronológica, pois sustentam que sua maturidade é de uma criança de 8 anos.
Acontece que ao investigar o caso o delegado Claudemir Ribeiro não chegou a essa conclusão. Por isso deixou de indiciar o suspeito pelos crimes de estupro, sequestro e cárcere privado, conforme cobram os familiares da menor.
A reportagem tenta localizar a defesa do delegado. O espaço segue em aberto.
Sumiço em agosto
A família da menina já havia registrado o sumiço desde o dia 30 de agosto deste ano quando foi vista pela última vez. Ao fazer a vistoria na casa do suspeito, policiais civis encontraram roupas da adolescente, tinta de cabelo, três cartas escritas pela jovem, dinheiro e quatro aparelhos celulares. Na residência tinha também uma espingarda de calibre 22, sem numeração, que o suspeito, em tese, usava para ameaçar a menina.
Contradições e família revoltada
Segundo informou o delegado Claudemir Ribeiro, a adolescente, em depoimento, na tarde de segunda-feira (2), disse que estava na casa de José por livre e espontânea vontade. O acusado, por sua vez decidiu ficar calado e não prestou qualquer informação sobre o caso. Foi autuado pela posse ilegal de arma de fogo, crime afiançável.
Ao ser preso o suspeito confirmou aos policiais militares que a adolescente foi forçada por ele a ingerir bebidas alcoólicas, durante o período em que esteve em cárcere. Revelou que sabia que a família da adolescente a procurava.
Corregedoria acionada
Inconformada com o resultado da investigação, a família a menor procurou a Corregedoria da Polícia Civil. A exigência é que a investigação seja conduzida por outro delegado sob alegação de que o acusado assediou, sequestrou e manteve em cárcere uma adolescente que não responde por seus atos.
Eles também buscam laudos para comprovar que a garota não pode ser responsabilizada por seus atos. A ideia dos familiares é que o suspeito continue preso. A denúncia está sendo avaliada pela corregedoria da PJC.