Faltando três dias para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) anunciar a data da nova eleição ao Senado, após a cassação da senadora Selma Arruda (Podemos), os nomes de interessados na disputa não param de aparecer. Esta semana o deputado federal e cacique do MDB em Mato Grosso, Carlos Bezerra, se colocou à disposição para participar do pleito suplementar. A suplente de deputada federal, Gisela Simona (Pros), também confirmou que é pré-candidata ao Senado. A atual superintendente do Procon Estadual é a primeira mulher a confirmar seu nome na disputa.
Carlos Bezerra tem 78 anos e foi o único deputado federal do Estado que conseguiu se reeleger em 2018 para o seu 10º mandato eletivo. Bezerra já foi prefeito de Rondonópolis (MT), governador, deputado estadual e federal e senador.
Em conversa com o PORTAL AGORA MATO GROSSO, Gisela disse que a decisão de entrar na disputa surgiu após um pedido da presidente nacional do Pros Mulher, Maria Aparecida dos Santos, que esteve em Cuiabá, em dezembro de 2019. Caso eleita, Gisela será a primeira mulher negra a assumir o Senado.
“Vamos aceitar o desafio. Comecei em busca de um cargo federal e essa nova oportunidade é como uma continuidade do que começamos em 2018, quando a população viu nosso nome como possível representante para Câmara Federal. Cuiabá merece essa representação” afirmou ela.
Segundo Gisela, o Pros deverá encomendar uma pesquisa saber a viabilidade de sua candidatura. “Existe uma pesquisa em andamento para saber a viabilidade de meu nome e começando umas conversas para ver a questão da suplência nessa chapa que eu devo encabeçar”, acrescentou.
Questionada sobre a disputa pela Prefeitura de Cuiabá, para a qual era cotada, Gisela se esquivou e disse que deixará nas mãos dos eleitores a decisão sobre seu futuro político.
“É um projeto de defesa da nossa Capital e cabe ao povo sempre a decisão se eu fico melhor junto ao Senado ou junto à Prefeitura de Cuiabá”, pontuou.
Outros candidatos
Nomes como dos vereadores por Cuiabá Abílio Júnior (PSC), Mário Nadaf (PV) e Juca do Guaraná (Avante), do ex-prefeito de Rondonópolis e ex-deputado federal Adilton Sachetti (PRB), do ex-vice governador Carlos Fávaro (PSD), dos ex-deputados federais Carlos Abicalil (PT) e Victório Galli (Patriotas), do ex-senador Cidinho Santos (PL), do ex-governador e ex-deputado federal, Júlio Campos (DEM), estão entre os aventados para a disputa.
E as especulações não param por ai. Tem ainda os deputados federais Dr. Leonardo (Solidariedade), José Medeiros (Podemos) e Nelson Barbudo (PSL) e dos deputados estaduais: Elizeu Nascimento (DC), Lúdio Cabral (PT), Max Russi (PSB) e Silvio Fávero (PSL). Ainda o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) e os candidatos derrotados ao Senado em 2018, Sebastião Carlos (Rede) e Waldir Caldas (Novo).
O Tribunal Regional Eleitoral deve anunciar a nova data da eleição na próxima sessão marcada para esta quarta-feira (22). A tendência é que seja confirmado o dia 26 de abril como data para os eleitores mato-grossenses voltarem às urnas para escolher quem vai ocupar a vaga que ainda é ocupada pela senadora cassada, Selma Arruda.
A cassação
Selma e seus suplentes, Gilberto Eglair Possamai e Clérie Fabiana Mendes, foram cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE) em abril deste ano por crimes de caixa 2 e abuso de poder econômico nas eleições de 2018. Eles omitiram da prestação oficial de contas despesas de R$ 1,2 milhão contraídas durante a pré-campanha, período vedado pela Justiça Eleitoral.
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a cassação foi mantida por seis votos a um durante julgamento realizado em 10 de dezembro de 2019. À ocasião, os ministros também confirmaram que Selma e Gilberto Possamai estão inelegíveis por oito anos. Clérie Fabiana foi poupada da punição de inelegibilidade.