O secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Luiz Antonio Pôssas de Carvalho e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) disseram que a possível greve dos médicos na Capital tem viés político e que o Município está em dia com os profissionais, inclusive, com o pagamento do 13º salário. As declarações foram dadas nesta terça-feira (7) durante lançamento do Programa de Assistência Médica e Odontológica Rural.
O sindicato da categoria marcou uma assembleia para esta quarta-feira (8), onde a possibilidade de paralisação será um dos temas debatidos. Caso os médicos decidam cruzar os braços, a Secretaria Municipal de Saúde vai acionar o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
Antônio Pôssas afirmou que é especialista em greve e lembrou da época em que atuou como secretário estadual de Justiça no comando sistema penitenciário. Ressaltou que conseguiu encerrar uma greve dos agentes prisionais em 24 horas teria após judicializa-la. Ele classificou o indicativo de greve dos médicos como uma decisão “absolutamente política”.
“Minha especialidade é greve, se eles quiserem, ótimo. Não tenho dúvida, judicializo no mesmo dia. Eu quando fui secretário de Justiça entrei com uma greve do sistema penitenciário, em 24 horas eu acabei com a greve”, enfatizou o secretário ao reconhecer que o único pagamento ainda pendente diz respeito ao adicional de insalubridade.
Conforme ele, a questão dos percentuais sobre a verba de insalubridade está sendo analisada pela gestão. Por isso, segundo ele, não há razões plausíveis para o indicativo de greve.
“Houve, sim, uma dificuldade com a questão da insalubridade. A situação já está sendo analisada e programamos para daqui a 60 dias uma decisão, após posicionamento do Ministério Público e do Tribunal de Contas sobre quem deve receber e qual seria o percentual que deve receber os profissional de saúde por insalubridade”, reconheceu.
“Hoje 90% está no nível máximo de 40% e o pagamento deste percentual é impossível de ser quitado. Houve uma conferência, não uma auditoria, mas uma análise e vimos um aumento gritante, de mais de R$ 1 milhão na folha de pagamento de um mês para o outro, o que é impossível, pois não existe este percentual”, justificou.
Por sua vez, Emanuel Pinheiro afirmou que está aberto para dialogar com todas as categorias. “Eu preciso dos servidores e tenho cumprido à risca o pagamento dos salários. Não vejo motivo desse movimento. Isso tem interferência politica com certeza. Eu respeito o movimento. Não fui procurado até agora pela categoria, mas respeito. E o que depender de mim estou pronto para avançar. Não existe salário atrasado na gestão Emanuel Pinheiro”, garantiu.
Conforme a médica Evelyn Hack Bidigaray, presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), na assembleia extraordinária do Sindimed, quando serão a falta de condições de trabalho, pagamento incompleto do 13º salário, direito a pagamento por insalubridade e terceirização dos serviços médicos em Cuiabá.