O vereador Renivaldo Nascimento (PSDB) classificou como jogada política em véspera de eleições, a retomada da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (MDB), na Câmara de Cuiabá. Os trabalhos devem voltar em fevereiro, quando se inicia o ano legislativo.
A retomada da investigação foi determinada pela desembargadora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ), Helena Maria Bezerra Ramos. A magistrada revogou a própria decisão proferida em outubro de 2019, ocasião em que suspender os trabalhos a pedido do presidente do Legislativo Cuiabano, Misael Galvão (PTB).
Aliado do prefeito da Capital, Renivaldo disse ao PORTAL AGORA MATO GROSSO que a CPI do Paletó, como ficou conhecida, nem deveria ter começado e classifica como “palhaçada”. Segundo ele, a Câmara de Cuiabá não tem capacidade legal e os vereadores não tem capacidade técnica para apurarem os fatos. O parlamentar entende que a competência para instaurar a CPI é da Assembléia Legislativa, pois na época em que Emanuel Pinheiro foi filmado recebendo maços de dinheiro e guardando no paletó, ele era deputado estadual.
“ A CPI é totalmente politiqueira. O que eles querem é sujar o Emanuel nas vésperas das eleições. A Câmara não tem capacidade legal para apurar esses fatos. Os vereadores não têm capacidade técnica. Quem tinha que abrir a CPI é a assembleia. É lá que se investiga a conduta de deputados. O caso cabe ao Ministério Público, à polícia, mas não à câmara”, alegou o tucano, reforçando, em sua avaliação, que os opositores estão criando “um circo dentro da Casa de Leis” para acabar com a imagem do prefeito.
“Esses vereadores só querem atrapalhar o trabalho do prefeito, que por sinal, tá dando certo. Eles querem estar na mídia. Eles querem só mostrar o que todo mundo já sabe. Isso é uma palhaçada, isso é um circo. A Câmara não merece isso”, disparou.
Com a nova decisão judicial, os membros da comissão serão oficiados para a retomada do trabalho na primeira semana de fevereiro. Fazem parte ainda os vereadores Toninho de Souza (PSD) e Sargento Joelson (PSC), relator e membro da CPI.
Serão realizadas as oitivas do ex-governador Silval Barbosa e seu ex-chefe de gabinete, Silvio César Corrêa, responsável por gravar Emanuel Pinheiro escondido no gabinete de Silval. Também serão ouvidos o ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Alan Zanata, e o servidor público Valdecir Cardoso de Almeida.
Oposição sem pauta
Em sua última entrevista à imprensa, o prefeito Emanuel Pinheiro também classificou a retomada da CPI do Paletó como uma manobra política. Alegou que a oposição quer atingir sua gestão, mas está se pauta.
“Não tem nenhuma dúvida que esse é o desejo dos nossos adversários que hoje estão sem pauta. Eles não têm pauta, estão perdidos, estão desnorteados e então se apegam a qualquer situação por menor que seja para tentar promover alguma pauta que atinja o prefeito da Capital”, disse Emanuel.
“Mas como eu disse: não cabe a mim falar sobre a CPI. É uma relação institucional, de independência e harmonia entre o Legislativo e o Executivo municipal”, finalizou.