Agora MT Opinião do Leitor Fé e política no contexto social

Fé e política no contexto social

Alikson Reis
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Nicolau Maquiavel (1469-1527) tem uma doutrina muito conhecida que é o Maquiavelismo. Uma das reflexões importantes a serem feitas é uma das frases do Filosofo: ‘’Os fins justificam os meios’’. Nota-se, porém, que a lógica da frase tem como fundamento afastar a lógica da consciência política, sendo justificável todo e qualquer ato que leva ao poder que se torna permanente.

A virtude, cada vez mais se distancia dos valores éticos e morais. Tornando um imenso relativismo político, logo, abre-se espaço ao pragmatismo utilitarista (se consegue votos, é bom) e o fisiologismo deslavado (o poder pelo poder) com suas variantes neopopulista que manipulam e alienam o povo.

Como forma, de controle do neoliberalismo surge o neopopulismo, onde Estado retoma o papel de indutor da economia, taxando os vários seguimentos. Dessa forma está à figura do populista refletida sobre um líder, o mesmo, propõe uma participação autentica da comunidade, onde as pessoas se sentem parte e claro, possibilitam uma vasta militância nas estruturas do governo.

Como todo cidadão o cristão deve colaborar para a construção da POLIS – palavra de origem grega que significa cidade/estado. Desta forma todos devem participar e estar envolvidos desenvolvendo, assim, uma pastoral de cidadania e principalmente consciente entendendo que o processo eleitoral deve ser desenvolvido antes, durante e depois das eleições. Assim, toda avaliação seja ela moral ou ética é muito importante na hora do voto.

Vale ressalvar sobre a lei da ficha limpa, lei 9.840 que representou um grande avanço na era contemporânea, afastando assim o corrupto do pleito eleitoral. Sem esquecer clara a relevância de um contrato-compromisso, o mesmo tem como objetivo mostrar o programa que o candidato diz defender, é muito comum ver políticos em mandato dizer defender uma bandeira e no momento da votação parlamentar votam contra seus ideais ou não estão no dia da votação e por fim utiliza-se de algumas desculpas que são bem comuns quando essas situações acontecem:
‘’Ah, não sei! Não sabia! Foi na calada da noite!’’ É nesse momento que a população deve se fazer presente para reivindicar todos os compromissos que foram lançados na época da campanha, afinal de contas estamos pagando o mandatório para nos representar, como podem argumentar e se encobrir diante da omissão política?

A efetiva participação se torna indiscutível, para que diante das omissões não sejam seduzidos pelo ‘’canto de sereias’’ que tem por finalidade o dinheiro, dólar, euros, ouro, riquezas etc. Começam a se desviar dos princípios que se propuseram na origem da sua votação.

Por isso a política não se esgota no voto, evidente que o cidadão cristão é chamado a uma participação ativa e permanente. Por esse motivo, o dialogo em torno dos interesses coletivos e de grupos é interessante para a construção do bem comum.

A dessacralização do Estado e de toda autoridade tem se tornando um grande assombro a todos os cidadãos Brasileiros. De acordo com o conceito de sacralização que tem caráter sagrado devem ser entendido como ações destinadas à Deus. Como a intervenção de Jesus Cristo ‘’Daí a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus’’ (Mt 22,21). Através dessa narrativa fica evidente que o Cristão deve ser antitotalitário.

Devemos entender que em toda ação cristã deve ser submissos a Deus, obedecendo a seus ensinamentos e não aos dos homens, quando Jesus é interrogado por Pilatos; ‘’não sabes que eu tenho poder para te soltar e te crucificar’’ (Jo 19,10), com muita convicção ele responde: ‘’Não terias qualquer poder sobre mim, se não fosse dado de cima’’(Jo 19,11) fiel aos ensinamentos do Pai, Jesus realiza seu plano de salvação a toda humanidade, dessa forma nós temos que testemunhar e confiar nas promessas de Deus para com todas as nossas ações.
Ou seja, não existem leis absolutas de modo que Deus seja substituído na vida das pessoas, agindo dessa maneira o direito natural e sobretudo o direito divino será conservado e claro terá muito mais eficácia. No entanto os cristãos são cidadãos que não devem facilitar o totalitarismo.

Professor: Alikson Reis
Formado em filosofia pela faculdade Católica de Anápolis
Pós Graduado em Didática do ensino superior e psicopedagogia institucional e clinica.

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