Os trabalhadores dos Correios em Rondonópolis decidiram cruzar os braços por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (18), aderindo à paralisação nacional da categoria que reivindica melhores condições de trabalho, e é contra a precarização dos serviços e a possibilidade de privatização da empresa. A decisão foi tomada durante assembleia geral.
Conforme Jonas Oliveira, servidor da agência localizada no bairro Santa Marta, eles brigam contra o chamado ‘Pacote de Maldades’, que retirou diversos direitos da categoria.
“No início de julho, os trabalhadores foram surpreendidos pela decisão do general Floriano Peixoto de retirar 70 dos 79 direitos assegurados em Acordo de Trabalho, ainda em vigência, assinado com intermediação do TST no dissídio coletivo proposto pela própria empresa, ano passado”, explicou o trabalhador.
Ainda de acordo com as informações, o último concurso público foi realizado em 2011.
Os Correios divulgaram nota sobre a decisão da categoria
Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados.
Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que a possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.
No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.
Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.
A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.
Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.