Voltar ou não voltar às aulas presenciais? O assunto preocupa pais e educadores de todo mundo e a solução não é tão simples. O R7 ouviu especialistas para entender quais os caminhos possíveis.
No início da semana, organizações mundiais como a OMS (Organização Mundial de Saúde), Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura) divulgaram guias com orientações para auxiliar os governos para a retomada das atividades escolares presenciais neste período de pandemia.
Organizações alertam para os impactos do longo período de fechamento das escolas na vida de crianças e adolescentes, e pedem que sejam priorizados investimentos urgentes para reabri-las com segurança, de acordo com a situação da pandemia em cada localidade.
As organizações destacam que os governos devem garantir o direito de crianças e adolescentes à educação.
Ao mesmo tempo, o documento reforça que a reabertura das escolas deve ocorrer com segurança, preservando a saúde de crianças, adolescentes, profissionais da educação e das famílias de todos. Para isso, é fundamental investimento, por parte do governo, em materiais de higiene e estrutura das escolas.
De acordo com o censo escolar de 2018, publicado no ano passado, 50% das escolas brasileiras não estão ligadas a uma rede de esgoto e 20% não tem água encanada.
O que dizem as especialistas?
Todos as especialistas ouvidas pelo R7 destacam a importância das aulas presenciais e do direito à educação, mas a prioridade deve ser a questão sanitária.
Maria Júlia Azevedo gerente de implementação de projetos do Instituto Unibanco, o período exige muita “flexibilidade” por parte das famílias e dos gestores.
“O Brasil é um país com muitas realidades e qualquer decisão tomada unilateralmente será revista”, observa. “Há situação em que o retorno gradual será possível, mas em outras não, é preciso acompanhar cada realidade e ter consciência de que as decisões não são definitivas neste momento.”