Uma bebê morreu na última semana momento do nascimento, no Hospital Santa Casa de Rondonópolis após complicações durante o parto, a família suspeita negligência médica.
A família alertou o hospital que a gestante só poderia ter filho por meio de cesariana, pois a mesma já havia tido complicações anteriormente, no entanto, não foi dado crédito a solicitação da gestante e familiares.
Houve problemas durante o parto, como previsto pelo familiares e a bebê nasceu sem vida.
A bebê se chamaria Manuela e foi sepultada na última sexta-feira (22), no município de Guiratinga, já a mãe se encontra internada na unidade de terapia intensiva do Hospital Santa Casa.
A equipe do AGORA MT entrou em contato com a assessoria da Santa Casa, que respondeu no dia 27/01/2021 e nota de esclarecimento segue no fim da matéria.
Este é o segundo caso que acontece na Santa Casa em menos de um mês. No final de dezembro do ano passado um bebê que se chamaria Ezequiel nasceu sem vida, após a mãe precisar passar por uma cesariana de urgência. Neste caso a equipe de plantão também tinha sido avisada que a gestante não poderia ter parto normal, mesmo assim ela foi induzida ao procedimento.
ATUALIZAÇÃO 27/01/2020
NOTA A IMPRENSA
Toda a equipe multidisciplinar fica consternada e sensibilizada com tal acontecimento e compreende as dores das perdas, as glórias das recuperações e alegrias dos tratamentos que ocorrem dentro da nossa instituição.
A Santa Casa Rondonópolis vem a público com o compromisso de manter a transparência em suas ações e responder a sociedade em que está inserida que em nenhum momento houve “negligência”, ou seja, não houve falta de assistência médica ou de enfermagem durante todo o processo de internação e/ou intervenções.
Realizamos milhares de partos normais e cesarianas durante o ano, de pacientes de alto risco (com risco iminente de morte materna e/ou fetal) e a intenção sempre é que 100% de nossas pacientes atendidas tenham o melhor desfecho possível para preservar vidas (binômio mãe-feto).
Em um ano atípico, de pandemia, entendemos que vários fatores contribuíram para o aumento considerável dos partos de alto risco e para todos eles nossa equipe está estruturada e equipada física e com profissionais qualificados e certificados para o cuidado das gestantes de Rondonópolis e toda a região sudeste e sul de Mato Grosso.
Analisando globalmente o caso clínico, é importante lembrar que ao cuidar do binômio (mãe-feto), temos que nos atentar quanto:
1) O período normal de qualquer gravidez, entre o intervalo de 37 semanas até 42 semanas. Antes desse período, chamamos de prematuridade, e;
2) A análise laboratorial e estabilização clínica da paciente para que houvesse condições de sobrevida e diminuição da morbi-mortalidade no pós parto imediato.
A gravidez nas mulheres com Diabetes Tipo 1 está associada a aumento de risco tanto para o feto quanto para a mãe. Antes da concepção, a prioridade é normalizar a glicemia para prevenir malformações congênitas e abortamentos espontâneos. Com o progresso da gestação, a mãe tem um risco aumentado de hipoglicemias e cetoacidose. Mais tarde, existe risco de piora na Retinopatia, Hipertensão Induzida pela gestação, Pré-Eclâmpsia-Eclâmpsia, Infecções de trato urinário e polidrâmnios. No final da gestação, existe o risco de Macrossomia e Morte Súbita Intra-Uterina do feto.
Infelizmente, neste caso, a mãe apresentava uma doença grave, denominada Cetoacidose Diabética, que é uma emergência clínica caracterizada por deficiência absoluta ou relativa de insulina com consequente hiperglicemia, aumento de corpos cetônicos na corrente sanguínea (cetonemia) e acidose metabólica, que tem dentre os sintomas: náuseas, vômitos, dor abdominal e pode evoluir para edema cerebral, coma, morte e por diversas semanas esteve internada na Santa Casa Rondonópolis para que houvesse condições de estabilidade em seu quadro clínico, o qual foi cuidadosamente acolhida e atendida por toda a nossa equipe.
O serviço de Obstetrícia e Ginecologia (Maternidade) da Santa Casa Rondonópolis, funciona 24 horas por dia em regime de plantões sucessivos e atendeu uma média de 50% a mais de mulheres com gravidez de alto risco de 2019 para 2020. Temos um consultório no Pronto Atendimento da Maternidade (5º andar) equipado para assegurar o atendimento e dar conforto e segurança para todas as pacientes que nós assistimos.
O plantão funciona com dois ginecologistas e obstetras (24 horas/dia) e mais um médico visitador (7 às 13 horas), todos com especialidade médica e que possuem RQE devidamente cadastrados no Conselho Regional de Medicina (CRM-MT).
Trabalhamos sempre com ética e comprometimento com nossas pacientes, procurando dar o melhor atendimento possível para o binômio (mãe-feto) e mesmo atendendo diariamente pacientes de alto risco e reconhecendo a gravidade dos casos que chegam ao hospital, não deixamos de nos sensibilizar com situações como a que esta família vem enfrentando.
SANTA CASA RONDONÓPOLIS