O deputado federal Emanuel Pinheiro Neto, Emanuelzinho (PTB), sugeriu que a tentativa de Governo do Estado em mudar o modal de transporte a ser implantado na Baixada Cuiabana possa guardar relação com algum tipo de lobby.
“O que é lobby? Quando empresários, cidadãos que têm um grande poderio econômico se aproximam da máquina estatal oferecendo investimentos – seja em campanhas eleitorais ou em outros momentos – em troca de receberem benefícios”, disse.
“Quer dizer que está acontecendo? Não. Mas pode estar acontecendo? Pode. E eu, como parlamentar federal, tenho obrigação de me manifestar”, emendou o deputado.
Ele foi quem sugeriu a realização de um plebiscito como forma de levar à população a decisão em torno do BRT ou VLT. A proposta, no entanto, precisa do aval de oito deputados da Assembleia Legislativa para que possa ser levada à votação.
Na última semana, o governador Mauro Mendes (DEM) chegou a afirmar que, se a Assembleia for composta de “pessoas sérias”, tal iniciativa não irá prosperar. Especialmente, porque foram os próprios deputados que aprovaram a troca do VLT para o BRT.
Na avaliação do deputado, declarações como esta soam como uma pressão do Governo contra os parlamentares.
“Sem dúvida alguma existe a pressão. Tudo que contraria o Governo ele diz que as pessoas não são sérias, são bandidos. Só o Governo que é o bom, que sabe tudo que é certo. Quem contraria não é sério. Isso gera uma pressão sim”, afirmou o deputado.
“A minha ideia em realizar o plebiscito é porque dessa forma você garante o prazo de propaganda, o debate em que técnicos ‘pró-BRT’ e ‘pró-VLT’ poderão manifestar o custo, o impacto da obra, a viabilidade econômica e ambiental. E, a partir daí, a população possa decidir. Mas, o Governo acha que está tentando atrapalhar a vida dele”.
O deputado admitiu que haverá dificuldades para que a proposta caminhe no Legislativo, mas disse já ter algumas assinaturas favoráveis à consulta popular.
“Temos algumas assinaturas. Não estou divulgando porque sei que, se divulgar, terá o boicote por parte do governo. Então, estou tentando levar isso com o máximo de descrição possível para que a gente possa iniciar esse debate e a população poder dar a sua voz”, concluiu.