O presidente da Federação Mato-grossense das Indústrias (Fiemt), Gustavo de Oliveira, classificou como “conversa pra boi dormir” a proposta para a realização de um plebiscito para definir o modal de transporte a ser implantado na Capital e em Várzea Grande-MT.
A consulta popular vem sendo defendida pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que se opõe a decisão do governador Mauro Mendes (DEM) pelo BRT.
“Fazer audiência, plebiscito como estão sugerindo, para perguntar o que o cidadão acha que tem que mudar. Olha, mais uma vez, me desculpe, é ‘conversa pra boi dormir’. A gente tem que sentar, olhar os números”, disparou.
Na avaliação do presidente, o que existe hoje é uma intensa politização em torno do assunto. Ele afirmou que, a partir do momento que o prefeito se coloca contrário à mudança, deveria apresentar dados técnicos e soluções que norteassem a implantação do VLT.
“Acho que a gente está conversando muito, tendo muita discussão política. Mas, efetivamente, a gente precisa olhar o plano do Estado para implantação do BRT: se é viável, se é exequível, a que tempo acontece, a que custo. E, se a prefeitura de Cuiabá tem outra alternativa, que é manter o VLT, por exemplo, que apresente seu projeto”, argumentou.
O mesmo, segundo ele, vale para o Governo do Estado. Gustavo de Oliveira defendeu que o Executivo mostre detalhes do plano de implantação do BRT, quanto vai custar, qual será o custo da passagem e o cronograma de obras.
“Aqui não estou tomando lado de um ou outro. O que quero dizer é que, promover um plebiscito como estão dizendo, sem que a gente conheça tudo sobre os dois projetos: é palpite. E, pra palpite, tem loteria, tem uma série de alternativas para o cidadão palpitar e ganhar alguma coisa com isso sem base científica”, disse.
Mais viável
O presidente da Fiemt também afirmou ser favorável à implantação do BRT, por entender que este modal é o que entrega um nível de serviço ao usuário melhor e tem custo mais baixo de implantação.
“Estamos há seis anos com uma obra que tem um imbróglio judicial gigantesco, dificuldades técnicas. Um projeto muito mal feito, é preciso dizer isso, projeto feito às pressas e que agora vai ser corrigido com um projeto adequado e moderno”, sustentou.
“Sinceramente, olhando questões técnicas, a gente não vê nenhuma vantagem a favor do VLT neste momento”, concluiu o presidente.