A dona de casa Sidneia Oliveira não consegue esconder a ansiedade. Há 25 dias ela espera por notícias do marido Rubson Oliveira, que segundo ela, foi levado da casa da família por policiais militares.
“Eles entraram na nossa casa, agrediram meu marido e levaram ele na viatura”, contou Sidneia. No entanto, não há registro da prisão, boletim de ocorrência e desde então a família tenta descobrir o paradeiro de Rubson.
Ele trabalhava como pedreiro em Cáceres-MT, interior do Estado, e comprou um carro usado, dos anos 90, por cerca de mil reais.
Ao ser parado em uma blitz, Rubson foi preso porque os policiais encontraram um registro de furto do veículo que ele tinha comprado. Na delegacia, a família pagou a fiança e ele foi liberado. A surpresa foi a invasão à casa da família no dia seguinte.
“Eles bateram muito no meu marido, quando levaram ele achei que seria para um hospital. Mas ele não deu entrada em nenhum hospital”, comentou Sidneia, que não tem mais esperanças de encontrar o marido com vida.
“Ele não era bandido. Eu quero dar um enterro digno para ele”, enfatizou.
A Polícia Militar afastou quatro policiais suspeitos de terem invadido a casa da família. Um inquérito foi aberto na Corregedoria para apurar o caso.
Já a Polícia Civil, aguarda o resultado de uma perícia feita na viatura usada pelos militares no dia dos fatos.
“Não há ainda informações quanto ao paradeiro do Rubson, qualquer denúncia pode ser feita pelo telefone 197”, disse o delegado Wilson Junior, que está à frente do caso. Ele deve pedir uma prorrogação do prazo inicial de trinta dias para conclusão do caso.