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Tudo que rejeitamos, apodera-se de nós | Agora Mulher

Por Sirlei Theis
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Maria cresceu em um ambiente tóxico. Seu pai, embora lhe mimasse muito e lhe tratasse como uma princesinha, era alcoólatra e quando bebia se tornava uma pessoa muito agressiva. A mãe era uma mulher muito frágil e para fugir da sua infelicidade se afundava nos medicamentos. Maria acabou assumindo ainda criança o papel de mãe da sua mãe. Achou em sua inocência que conseguiria salvar o casamento dos pais e assim salvar a mãe de tamanha tristeza. 

Em determinada ocasião, quando Maria estava com 10 anos, a mãe acabou tomando muitos medicamentos e não acordou mais. Isso foi muito difícil para Maria e se tornou um peso muito grande para ela carregar, sentia-se culpada por não ter conseguido evitar o incidente com a mãe, sentia raiva por ter sido abandonada por ela e a rejeitava por isso e também o seu pai, pois o responsabilizava pelo que aconteceu com a mãe.

Foi muito difícil para Maria crescer e, a vida adulta não foi mais fácil. Por mais que se esforçasse tudo era muito complicado, cresceu com muitas carências e a vida se tornou um universo de escassez. A memória que trazia da mãe era de uma pessoa frágil e fraca. Não conseguia perdoá-la por ter partido daquele jeito e odiava o pai pelo alcoolismo.

A história vivida por Maria é um drama que se repete com tantas outras Marias e Joãos, que por dificuldades vividas na infância, de igual, maior ou menor grau, se voltam contra aqueles que lhes deram o bem  maior, a vida. Não entendem que com a vida podem conquistar o restante. 

O principal presente da vida, a pessoa recebe dos pais biológicos e ninguém mais no universo é capaz de dar o mesmo. Por isso, é preciso aceitar a origem que vem deles e honrar os pais. Entender que isso é para o próprio bem e não dos pais.  A história deles é com os pais deles. Todos são seres humanos e cometem erros. 

De acordo com a Constelação Familiar, quando por algum motivo alguém rejeita os pais, rejeita parte de si mesmo, porque a essência de qualquer pessoa é 50% do pai e 50% da mãe.

Quem sofre com a rejeição é o próprio filho, que poderá desenvolver uma série de crenças, carências, dependências emocionais, traumas e repetição de padrões, assim como aconteceu com Maria.

O maior livro de todos os tempos, a Bíblia Sagrada, traz em Êxodo 20:12, “honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá”.

Ou seja, honrar os pais é um ato de inteligência e a maior prova de amor próprio. 

Na visão sistêmica, quando a pessoa não honra os pais, torna-se água parada, não consegue ficar livre por inteiro para viver a vida e fluir em harmonia. Ao rejeitar os pais, tende a repetir tudo que julgou neles e deixa de tomar a força vital que vem dos pais e dos ancestrais.

Para Berth Hellinger  “Tudo que rejeitamos, apodera-se de nós. Tudo que respeitamos, deixa-nos livres.” 

É claro, que se os pais praticarem qualquer crime contra os filhos, terão que pagar pelos atos cometidos, mas mesmo assim, continuam sendo a origem da vida do filho e em razão dessa vida é que estes devem ser gratos. 

A partir do momento que Maria entendeu isso e deu um bom lugar no coração para os pais, saindo da condição de julgadora, viu sua vida deixar de andar em círculos e passar a fluir livremente e em harmonia.

E você, tem honrado seus pais, independente da maneira como foi criado? Lembre-se que para fluir, é preciso honrar. Viva nossos pais.

Imagem: Tudo que rejeitamos, apodera-se de nós | Agora Mulher

 

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