A Comissão Temporária Covid-19 (CTCOVID19) vai se reunir, em data a ser definida, com os presidentes do Instituto Butantan, Dimas Covas, e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade. O objetivo é debater a produção brasileira de vacinas. A comissão tem como relator o senador mato-grossense Wellington Fagundes (PL) e é presidida pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO)
O senador Otto Alencar (PSD-BA) explicou que o Butantan espera produzir até agosto deste ano 100 milhões da CoronaVac e disse que é preciso esclarecer como está o cronograma para a distribuição destes imunizantes. “Tenho acompanhado aqui no meu estado, como médico, quanto a esta variante que está se espalhando pelo país. Ela é muito mais rápida na disseminação e muito mais letal”, alertou Otto, na reunião desta quarta-feira (16) da comissão, ao explicar a necessidade de aprovação do requerimento.
Durante a reunião o senador Wellington Fagundes (PL-MT) pediu também a realização de uma audiência pública com o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro. Na pauta, os protocolos que estão sendo utilizados no tratamento da codiv-19.
Fagundes está preocupado com a utilização, por alguns médicos, de medicamentos utilizados como “tratamento precoce”, como cloroquina e ivermectina, que não têm comprovação científica contra a covid.
A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) reforçou o pedido de Fagundes argumentando que o uso do “kit covid”, composto por fármacos sem eficácia comprovada para o tratamento da doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), tem causado consequências graves em seu estado.
“O uso da Ivermectina aqui no Rio Grande do Norte e da Azitromicina precocemente — e muitos também entraram com corticoide — foi tão grande que agora, nesta gravidade toda, o Lais [Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde], que é um laboratório de pesquisa altamente respeitado mundialmente, da universidade [Federal do Rio Grande do Norte], mostrou: 90% dos pacientes que estão em estado grave tomaram a Ivermectina”, lamentou a senadora Zenaide Maia
A comissão também deverá realizar uma outra audiência pública para debater a crise no fornecimento de oxigênio em vários estados brasileiros. “O Poder Público precisa priorizar esta questão, diante de um quadro que pode se complicar”, alertou o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN).
Outro anúncio feito durante a reunião pelo presidente da comissão, Confucio Moura (MDB-RO), é que está sendo negociada a presença do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para debater as ações de combate à covid-19. Queiroga deve tomar posse esta semana e há um pré-agendamento, ainda não confirmado, para seu comparecimento ao Senado na quinta-feira da próxima semana (25).