A Associação Mato-grossense das Defensoras e Defensores Públicos (AMDEP) classificou como “truculenta” a abordagem feita pela Polícia Militar na casa do defensor público Leandro Jesus Torrano.
Torrano foi detido no último domingo (25), após realizar uma festa em sua residência, em Sinop. O evento – que, segundo a PM, reuniu 60 pessoas – contraria um decreto em vigor no Estado, que proíbe a realização de festas em razão da pandemia da Covid-19.
“Mesmo comunicando aos policiais que estava com poucas pessoas dentro de sua residência, [o defensor] foi abordado de forma truculenta, tendo sua residência vasculhada e invadida, sem qualquer autorização ou correlação com eventual perturbação”, diz a Amdep, em nota de repúdio divulgada na manhã desta segunda (26).
No documento, a associação cita que Leandro foi encaminhado até a delegacia para relatar os fatos, sendo liberado em seguida.
Durante revista à casa do defensor, foram localizadas uma pistola – que estaria com registro vencido desde 2016 – além de uma porção de maconha.
Sobre estes fatos, a associação alegou que a arma é de propriedade do defensor e tem devido registro e porte, em decorrência do cargo por ele ocupado.
Quanto à droga, o defensor disse que o entorpecente estaria dentro da bolsa de uma jovem que estava na residência, não tendo ele conhecimento sobre este fato.
Por fim, a associação disse que “se solidariza ao brilhante associado e colega de missão, pelo exímio trabalho prestado à sociedade mato-grossense, de modo combativo, dedicado, continuo, dono de ótima produtividade e irretocável conduta”.
“A AMDEP esclarece que o mencionado Defensor poderia estar no teletrabalho ou atividade remota com a família, em outro Estado, mas tem desempenhado desde o início da pandemia, arduamente, suas funções com primazia, de modo voluntário, como em favor da População em situação de rua, preocupado com as pessoas mais atingidas pela maior calamidade mundial da era moderna, a aumentar consideravelmente a exclusão e desigualdade social”, acrescentou a associação.