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Municípios temem falta de recursos para tratar pacientes com Covid-19

Relatório produzido por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que a União não havia repassado nenhum recurso aos estados e municípios até março deste ano

Da Redação
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Audiência da CTCOVID19 reuniu secretários municipais, senadores e representantes do Governo Federal – Foto: Reprodução

Os municípios brasileiros estão preocupados com a possibilidade de faltar dinheiro para manutenção de leitos e compra de medicamentos para tratamento de vítimas da Covid-19. O alerta foi feito hoje (22) em audiência pública remota aos senadores da Comissão Temporária da Covid-19 (CTCOVID19). Os secretários pediram que o governo federal aumente os repasses de recursos para garantir o adequado enfrentamento da pandemia.

“A gente precisa de aporte de recursos financeiros federais como fonte extraordinária, não dá para discutirmos isso, é urgente a medida. A gente precisa ter recurso extra para estados e municípios. A gente nunca teve um número de leitos tão alto, muito mais alto do que na primeira onda; e nunca se gastou tanto, portanto, com mais insumo, com mais pessoal, com mais oxigênio. Para isso, precisamos da ajuda”, disse o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo de Oliveira Lula.

A avaliação é compartilhada pelo presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Bezerra.

“Eu acho que não dava para a gente prever um orçamento de guerra em 2020 e não ter nada para 2021, e foi mais ou menos isso que aconteceu. A gente não teve nem um orçamento de pós-guerra, por assim dizer“, apontou.

A queixa converge com relatório produzido por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU). O documento aponta que a União não havia repassado nenhum recurso aos estados e municípios até março deste ano.

Diante de questionamentos da senadora Rose de Freitas (MDB-ES), perguntas de internautas por meio do Portal e-Cidadania, o representante do Ministério da Saúde admitiu que é necessário “correr atrás de mais recursos”.

“A gente realmente tem que correr atrás de mais recursos. Comparando com os recursos que a gente teve no ano passado, a gente tem realmente que sentar com Conass, Conasems, que são os nossos parceiros, junto com o Legislativo, para que a gente possa conseguir recursos para o enfrentamento dessa pandemia”, avaliou  Josafá dos Santos.

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) disse durante a reunião que “não vai faltar dinheiro” e lembrou que estados e municípios têm R$ 26 bilhões disponíveis nos fundos estadual e municipal de Saúde que sobraram do ano passado.

“São quase 26 bilhões, que podem ser gastos em 2021 pelos prefeitos e também pelos secretários estaduais de saúde”, assinalou o senador.

VACINAS
Heinze questionou os representantes dos secretários de Saúde sobre o estoque de vacinas ainda não aplicadas. De acordo com o senador, foram liberados 53 milhões de doses de vacina e apenas 33,8 milhões foram aplicados.

“Por que estão esperando as vacinas? Chegar às idades que vocês têm que fazer… Então, eu vejo que há 20 milhões de doses que não foram aplicadas. Um mutirão tem que ser feito com os municípios e com os governos estaduais”, disse o senador.

Em resposta, o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Bezerra, apontou que as vacinas não aplicadas são aquelas reservadas para a segunda dose.

“Temos focado muito na discussão junto aos municípios para poder não estocarem vacinas, a não ser a segunda dose, para poder dar tranquilidade às pessoas de terem o acesso à segunda dose”, afirmou.

Os secretários de Saúde de estados, Distrito Federal e municípios reforçaram que o Brasil têm capacidade para aplicar mais de dois milhões de vacinas por dia, mas a falta de imunizantes tem retardado o avanço do Plano Nacional de Imunização (PNI).

Nas três primeiras semanas de abril, o Brasil já teve o seu melhor desempenho na imunização contra a covid-19 desde que a vacinação começou chegando a uma média superior a 800 mil doses aplicadas, mas ainda aquém da capacidade, apontaram os secretários.

LIDERANÇA
Melhorar a comunicação entre os governos e a sociedade, unir esforços para atuação conjunta e incentivar a liderança do governo federal também foram questões debatidas. Wellington Fagundes (PL-MT) e Styvenson Valentim (Podemos-RN) fizeram questionamentos sobre esses assuntos. Para o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo de Oliveira Lula, o governo federal precisa comandar o combate à pandemia e melhorar a comunicação com os brasileiros.

“A gente tem uma federação, a gente quer ser coordenado pelo Ministério da Saúde, mas, obviamente, a gente quer também poder dizer aqui e ali: podia ir por aqui, podia ir por ali, mas o papel de coordenador é do ministério. Eu acho que, quanto mais ele utilizar esse papel que a Constituição lhe concedeu, melhor para a gente poder sair, enfim, desta pandemia, que é o que todo mundo está almejando”, disse Lula.

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