Mesmo afirmando saber da importância do funcionamento das escolas, o governador Mauro Mendes (DEM) se diz contra à volta as aulas, ao menos neste momento de novo pico da Covid-19.
Na última segunda-feira (5), por exemplo, Mato Grosso voltou a bater recordes de mortes em decorrência do vírus. Foram 128 óbitos, em um intervalo de 24 horas.
Desde a última semana, as aulas presenciais estão suspensas em todos os municípios com classificação de risco “muito alto” para contágio do vírus. Essa lista inclui cidades como Cuiabá, Rondonópolis e Várzea Grande.
Em razão disso, há uma pressão muito grande, especialmente, por parte de pais de alunos.
“Entendo as mães, pais. Agora, uma criança que, porventura se contaminar na escola, levar o vírus para dentro de casa e um pai, mãe, avô perder a vida, isso não tem preço. Isso não vai poder ser recuperado nunca”, disse.
“Um mês [de aulas suspensas] a gente recupera, essas crianças recuperam. Elas têm grande capacidade. Eu acho que escolas são importantes, não tenho a menor dúvida, mas um pouco de paciência vai nos ajudar a superar esse momento difícil que Mato Grosso, que o Brasil está vivendo”, emendou o governador.
Mendes admitiu enfrentar uma situação delicada, mas lembrou que está mais do que comprovado que o vírus se prolifera por meio da circulação das pessoas.
“Tem gente que diz: ‘ah, mas não tem prova científica de que o distanciamento ajuda a melhorar a pandemia’. Meu Deus do céu, essas pessoas estão em que planeta? Será que não contaram a elas que o vírus circula por meio das pessoas, da boca, do nariz?”, questionou.
Ele lembrou que parte da população e muitos gestores do Estado têm feito a escolha por não seguir medidas de biossegurança, tampouco impor normativas mais restritivas para conter o avanço desenfreado do vírus.
Esses, conforme o governador, estão sendo penalizados por suas decisões e escolhas.
“A população de Mato Grosso, grande parte dela, fez uma opção por não adotar isso [medidas restritivas]. Depois fica reclamando, chorando. Muita gente está sofrendo. Depois vamos reclamar e chorar pelas mortes que estão acontecendo”, disse.
“Tem prefeito aí que numa semana mandou uma carta para o governo pedindo para não entrar naquele decreto inicial que estabelecia algumas restrições. Na outra semana, ele mandou uma carta pedindo socorro porque tinha muita gente morrendo no município dele. Olha que contradição. Quer dizer, a pessoa não quer colaborar e depois quer ser ajudada”, concluiu.