Desde o início da semana lideranças do comércio, da indústria e também da classe política de Rondonópolis intensificaram as pressões para que o prefeito José Carlos do Pátio amplie os horários de funcionamento do comércio, nos moldes do último decreto editado pelo Governo do Estado. A decisão deve sair amanhã, mas a demora tem gerado muitas reclamações.
Atualmente a permissão do município vai das 05h até as 20 horas, enquanto no decreto estadual o limite vai até as 22 horas, ou 22h45 no caso de restaurantes e similares que atendam no sistema de ‘pegue e leve’. Para os serviços delivery (entrega em casa) a autorização vai até meia noite.
O decreto estadual também permite um período menor do chamado ‘toque de recolher’. Em Rondonópolis a proibição de circulação de pessoas vai das 20hs até as 05 da manhã, enquanto a norma estadual preconiza das 23hs até as 05hs. Essa diferença é considerada essencial principalmente para o setor de bares, restaurantes e similares.
“A gente entende que o prefeito procura seguir as normas, mas porque só Rondonópolis tem que sofrer essas consequências tão drásticas?”, questiona Neth Moura, presidente do Sindebares/Sul, sindicato que congrega os trabalhadores de bares, restaurantes e similares em toda a região.
Na última sexta-feira, um dia antes da publicação do decreto estadual, Neth Moura e outros representantes do setor se reuniram com o prefeito e tiveram a garantia de que o município iria flexibilizar os horários assim que tivesse respaldo legal. “Isso não aconteceu e estamos nos sentindo discriminados. Não sabemos mais a quem recorrer”, reclama.
“A verdade é que estamos sendo tratados como marginais, parece que não existimos. Nos tratam como bandidos por querer trabalhar. Tem muita gente desempregada, com salários atrasados e já passando fome. A situação é dramática”, ressaltou Neth Moura.
AGILIDADE
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Rondonópolis, Thiago Sperança, também aguarda uma resposta da Prefeitura sobre os novos horários. Ele alerta para o agravamento da crise econômica e para os impactos negativos principalmente nos setores que atuam no período noturno.
Thiago Sperança disse que a CDL está acompanhando e apoia as reivindicações dos empresários e trabalhadores. Ele lembrou que milhares de pais e mães de família dependem do funcionamento dos restaurantes e outros estabelecimentos que comercializam alimentos e bebidas à noite.
“Estamos falando de uma situação que tem gerado problemas econômicos e sociais enormes. Precisamos resolver isso com a maior agilidade possível”, destaca.
O líder do prefeito na Câmara, vereador Reginaldo Santos (SD), também defende a adoção das normas estaduais. Conforme ele o assunto tem sido discutido pela equipe técnica e a resposta sairá mesmo nesta quinta-feira.
“A reunião com o Comitê de Gestão de Crise está pré-agendada para amanhã, às 14 horas. Já há um entendimento de que precisamos flexibilizar os horários, mas é preciso antes analisar também os dados da equipe técnica. Somos solidários e faremos o que for possível para atender as reivindicações dos trabalhadores e empresários”, afirmou.