O governador Mauro Mendes (DEM) se mostrou bastante contrariado com o fato de a Anvisa ainda não ter dado o aval para o uso emergencial no Brasil da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19.
Há poucos dias, o democrata assinou um contrato para a compra de 1,2 milhão de doses do imunizante, por meio do consórcio dos governadores da Amazônia.
“Técnicos que trabalham com a Anvisa dizem que sentem uma má vontade de não querer liberar a vacina porque foi uma compra feita por governadores. É ridículo, um absurdo”, criticou Mendes, em entrevista à uma rádio da Capital.
“A Anvisa é um órgão do Governo Federal. A Lei é clara: entrou, teria que liberar com 72 horas e até agora não liberou. Vamos continuar trabalhando. E, se Deus quiser, vamos conseguir botar a vacina no Brasil”, emendou.
O governador, inclusive, recordou uma reunião realizada na última semana entre os governadores que formalizaram a intenção em adquirir os imunizantes e técnicos da Anvisa.
A reunião foi, inclusive, convocada pela própria agencia reguladora, sob o argumento de explicar em detalhes aos gestores as dificuldades que o órgão vem enfrentando para avançar com a autorização para o uso emergencial.
De acordo com a agência, ainda há pendências nas documentações relativas à Sputnik.
A reunião durou pouco mais de quatro horas e, conforme Mendes, houve muita pressão or parte dos governadores para que aja uma rápida liberação das doses.
“Chegou um ponto que perdi a paciência e eu pedi pelo amor de Deus que me dissessem o que precisa, é só dizer que vamos resolver”, recordou.
Mendes ainda voltou a admitir atraso no calendário de chegada dos imunizantes a Mato Grosso, em razão do impasse envolvendo a liberação.
“A previsão inicial quando eu mandei para o fundo Russo – que está nos vendendo diretamente as doses – era para que embarcasse no dia 20 de abril, e outros lotes em maio, junho e julho. A previsão ainda é essa, mas com atraso da Anvisa, muito provavelmente vai atrasar”.