O Estado de Mato grosso é um dos poucos do país que ficou fora do levantamento elaborado pela Controladoria Geral da União (CGU) sobre supostos desvios de recursos destinados ao enfrentamento da Covid-19. Foram identificadas suspeitas de corrupção em 21 estados em operações feitas no período que vai de março de 2020 e abril de 2021.
Os dados já foram encaminhados à CPI realizada pelo Senado para apurar responsabilidades na condução da pandemia no país, e, segundo o governador Mauro Mendes, confirmam a correção do uso destes recursos em Mato Grosso.
“Tratamos os recursos com seriedade, aplicando no tratamento dos pacientes diagnosticados com a Covid-19 e em ações de prevenção. Abrimos leitos, ampliamos e reformamos hospitais e compramos equipamentos, testes rápidos, entre outras ações. Tudo para que o cidadão pudesse ter o melhor atendimento. Nosso foco sempre foi o de salvar vidas”, disse o governador Mauro Mendes sobre a isenção confirmada pelo levantamento da CGU.
O governador também destacou o trabalho da equipe da Secretaria de Estado de Saúde, comandada pelo secretário Gilberto Figueiredo, na condução do combate ao coronavírus.
“São profissionais de carreira, servidores públicos, que se dedicam diariamente para que o estado realize a melhor compra, com um custo benefício, que atenda as nossas necessidades”.
“Eles trabalham muito bem, com planejamento, antevendo situações e o resultado é que não faltou medicamentos nos nossos hospitais estaduais, compramos respiradores mais barato que outros lugares, adquirimos testes rápidos com preço de mercado e isso tudo é fruto desses servidores, que honram o serviço público”, destacou Mendes.
IRREGULARIDADES
A CGU analisou a aplicação de recursos públicos federais utilizados por estados, Distrito Federal, municípios, órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos. Eles identificaram irregularidades em 53 operações que movimentaram R$ 1,6 bilhão, mas, desse total, o prejuízo efetivo (que de fato constou nas apurações) atingiu cerca de R$ 39 milhões e o prejuízo potencial é de R$ 124,8 milhões (envolvendo desdobramentos que afetam outros contratos e dependem do aprofundamento da investigação para confirmação).
As irregularidades mais comuns (veja quadro abaixo) apontam falhas e direcionamento do processo de licitação; Acerto prévio entre licitantes e ou agentes públicos; vínculos entre donos de empresas privadas com agentes públicos e superfaturamento de produtos.
As informações vão orientar os senadores da CPI da Covid sobre a convocação de governadores e prefeitos para darem explicações sobre o uso dos recursos. Os requerimentos para estas convocações devem ser votados hoje (26).