Desde o início da pandemia 6.565 pessoas receberam tratamento em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ou semi-intensiva em Rondonópolis. Desse total, 1.113 acabaram não resistindo e faleceram nos hospitais públicos e privados. A taxa de mortalidade de 16,9% está bem abaixo da média nacional, mas dados divulgados nesta semana apontam diferenças importantes nos números – que incluem vítimas de vários municípios da região.
As informações foram coletadas pela Secretaria Municipal de Saúde e apresentadas na última terça-feira pelo prefeito José Carlos do Pátio, numa reunião com gestores da região sudeste. Os números não foram contestados pela Secretaria Estadual de Saúde e nem pela direção da Santa Casa Rondonópolis.
Conforme este levantamento (veja quadro abaixo) as maiores taxas de mortalidade foram registradas na Santa Casa Rondonópolis e no Hospital Regional Irmã Elza Geovanela, respectivamente 35,16% e 26,52%.
Na outra ponta, com os menores índices, aparecem o Hospital Materclin, com 1,77%, e o Hospital Municipal Antonio Muniz, com 4,14%.
Pesquisa divulgada pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) em abril deste ano, apontou que em média a taxa de mortalidade em UTIs no Brasil é de 67,5% – o que reforça o caráter positivo dos indicadores registrados em Rondonópolis.
REAÇÕES
Procurada pela reportagem do portal Agora MT, a Secretaria Estadual de Saúde se pronunciou sobre os números registrados no Hospital Regional. Eles lembraram que o hospital é referência para os 19 municípios da região sul de Mato Grosso e atende casos de média e alta complexidade.
“É importante ressaltar que as unidades municipais estão mais restritas ao atendimento de casos de baixa complexidade. Diante disso, o órgão estadual esclarece que a diferença entre os percentuais se deve aos perfis assistenciais dos hospitais citados na demanda”, disse, em nota, a assessoria da SES-MT.
Já a direção da Santa Casa Rondonópolis confirmou os números e também atribuiu parte da diferença ao perfil dos atendimentos prestados.
Segundo eles, é injusto fazer a comparação com o desempenho de hospitais privados, que recebem pacientes que têm tradicionalmente melhora acesso à assistência em Saúde e são internados em melhores condições – ao contrário do que ocorre com pacientes do SUS, que costumam chegar às UTIs já com o estado de saúde muito agravado.
A direção da Santa Casa também lamentou a divulgação dos dados sem detalhamento técnicos (veja aqui), o que, segundo eles, pode conduzir à interpretações equivocadas.
“A divulgação de números sem a devida classificação dos mesmos, segundo a situação clínica dos pacientes, é temerária, podendo levar a população a conclusões diferentes da realidade dos fatos. Ao se comparar diferentes UTI’s ou enfermarias, é preciso antes padronizar os pacientes que atendem”, destacou a direção da Santa Casa.