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OPINIãO DO LEITOR

Povo nas ruas pede respeito e o direito de voltar a ser feliz

Wendell Giroto - Presidente do Diretório Municipal do PT
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Imagem: girotto Povo nas ruas pede respeito e o direito de voltar a ser feliz
Wendell Girotto é presidente do PT e membro da ‘Frente Brasil Popular’ em Rondonópolis – Foto: Reprodução

Para nós, as manifestações estão ocorrendo no momento histórico certo, com a estabilidade da pandemia, com uma sucessão de acontecimentos e o gatilho  a CPI da Pandemia. Mas a verdade é que sempre houve manifestações. Desde o começo do governo Bolsonaro tem ocorrido manifestações das mais diversas formas. Em casa, nos panelaços, às vezes carreatas, manifestações nas redes sociais. Uma mistura de lutas muito boa.

Após a absolvição do presidente Lula e a restituição dos seus direitos eleitorais – que escancarou o golpe, desmascarou a Lava-Jato com o ‘superministro’ Sérgio Moro e os procuradores de Power Pointe – tivemos o “Efeito Lula” dando ânimo à militância e às pessoas que reconhecem que durante o governo do Lula conquistaram muitas coisas.

Agora temos outro fator político acontecendo: a CPI. Ela está mostrando para todos que a ausência de vacina não foi por acaso. Ela escancarou a corrupção do governo Bolsonaro.

De certa forma esses foram os motores da mobilização política.

O retorno do presidente Lula traz esperança e a CPI mostra que é possível afastar Bolsonaro antes de 2022. No entanto, para que isso ocorra, as mobilizações e a militância precisam endurecer. O ideal seria uma paralização geral.

Neste momento estamos construindo uma paralização nacional para início de agosto. E dessa vez não vamos falar que é ‘greve’, porque não se trata negociação entre os trabalhadores e patrões. Até porque temos 15 milhões de desempregados, esses trabalhadores e trabalhadoras vão negociar com quem?

A ideia é que temos que envolver todos os setores, desde o comércio até os transportes, tentar mobilizar várias categorias.

Há um debate amplo e o entendimento da maioria é que a esquerda brasileira, na disputa de correlação de forças, tem que demonstrar organização para chegar com força às eleições de 2022, com legitimidade e sem necessidade de muitos acordos para ampliar a força.

A Frente Ampla tão debatida e comentada nesse momento histórico se torna extremamente necessária e, ainda com a reação progressista contra o Bolsonaro, até a direita oposicionista tem se mobilizado e criado mesmo que timidamente suas próprias manifestações, separadas do ‘Fora Bolsonaro’.

A luta se dará por uma frente ampla do Fora Bolsonaro, mas isso não quer dizer que necessariamente a gente se mobilize juntos, até porque as pautas são diferentes. Apenas o objetivo é o mesmo: Fora Bolsonaro!

No nosso entendimento a Frente Ampla em construção se refere apenas à política de base, não eleitoral. Não corremos o risco da direita se unir às manifestações de esquerda, nem para tentar se apropriar delas, como ocorreu em 2013, porque eles não vão apostar todas as suas fichas em derrubar Bolsonaro sem ter uma alternativa. Ou, como dizem, uma terceira via.

A nossa próxima manifestação está marcada para o dia 24 de julho. Alguns criticam o tamanho destas mobilizações, tentando minimizar e até mesmo promover a desmobilização.

Adianto que não acreditamos que esta, do dia 24, seja tão maior que as anteriores uma vez que não há um fator novo, nem na política, nem na economia.

Tampouco há tantas pessoas a mais vacinadas, o que poderia aumentar a sensação de segurança em relação ao Covid e, consequentemente, também fortalecer a mobilização popular para enquadrar o Congresso.

Continuamos prezando pela segurança. Organizamos nossos atos seguindo rigorosamente os protocolos de segurança sanitária – como o com uso de máscaras e álcool. Mas não abriremos mão de seguir indo às ruas para ocupar esse espaço que é historicamente nosso.

A nossa ideia em Rondonópolis é deixar os atos mais leves, mais colorido, com a presença de outros setores universidades, institutos, sindicatos, partidos, torcida de times….

O momento é de ocupar as ruas, debater a atual situação de desesperança dos mais empobrecidos, exigir vacina para todas e todos, auxílio emergêncial decente, emprego e comida no prato.

O brasileiro precisa voltar a ter esperanças. Já fomos o país com o povo mais feliz do mundo e precisamos resgatar isso.

Não negamos a importância de todos os atores do processo político. O governo tem que dialogar com os empresários, com os políticos, com o agronegócio, com os trabalhadores, com bancários e também com banqueiros. O papel do governo é parecido com o do chefe de família que não tem filho ‘melhor ou pior’ mas que, sim, reconhece que alguns filhos precisam de mais apoio que outros.

É preciso governar de baixo pra cima, não de cima pra baixo. É preciso fazer as coisas sempre priorizando os mais necessitados. Não é suportável saber, por exemplo, que muitas famílias estão sem ter o que comer. Sim, a fome voltou e está pesada. São 15 milhões de desempregados, 33 milhões de pessoas subocupadas e 6 milhões que nem procuram mais emprego.

Temos hoje 54 milhões de desalentados no país e precisamos urgentemente recuperar esse país. Isso só pode acontecer com geração de emprego, distribuição de renda, com educação, paz, com respeito, moradia, saúde, segurança, com comida na mesa. Essas são algumas saídas para recuperação da alegria do povo brasileiro e é por isso que precisamos nos mobilizar.

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