Os imóveis do do presidente da Associação dos Produtores de Soja Brasil, Antonio Galvan, em Sinop, estão entre os alvos da operação deflagrada na manhã de hoje (20) pela Polícia Federal para cumprir mandados contra acusados de atos antidemocráticos.
A ordem de busca e apreensão autoriza o confisco de documentos, computadores e outros materiais relacionados à investigação. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal a pedido da Procuradoria Geral da República.
Ao todo são 12 mandados nos estados de Santa Catarina (6), São Paulo (2), Rio de Janeiro (1), Mato Grosso (1), Ceará (1) e Paraná (1) e também no Distrito Federal. Além de Galvan, estão entre os alvos o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e o cantor Sérgio Reis.
A Polícia Federal disse que não concederá entrevistas sobre a operação, mas confirmou que o objetivo é “apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.
ÁUDIO E BLOQUEIO
A nova investida das autoridades ocorre após a divulgação de um áudio polêmico em que o cantor Sérgio Reis convocava caminhoneiros para parar o país por 72 horas, à partir do dia 07 de setembro, para exigir a destituição dos ministros do STF. “Se eles não obedecerem nosso pedido, eles vão ver como a cobra vai fumar, e ‘ai’ do caminhoneiro que furar esse bloqueio”, disse o cantor.
O presidente da Aprosoja, Antonio Galvan, também é um incentivador do protesto marcado para o mês que vem a pedido do presidente Bolsonaro. Galvan e chegou a ser criticado publicamente pelo ex-ministro Blairo Maggi, um dos maiores produtores de soja do mundo, pelo alinhamento automático às pautas bolsonaristas.
Maggi defendeu o direito de todos se expressarem de forma individual, mas condenou o uso político da Aprosoja. Ele também alertou que a instabilidade institucional é ruim para o país e também para a categoria.
Após as críticas de Blairo Maggi a Aprosoja divulgou, ontem (19), uma nota à imprensa negando que apoie ou financie atos antidemocráticos e reafirmando o compromisso da entidade com o Estado Democrático de Direito e o equilíbrio entre os Poderes da República.
A Aprosoja também afirma que “não financia e tampouco incentiva a invasão do Supremo Tribunal Federal (STF) ou quaisquer atos de violência contra autoridades, pessoas, órgãos públicos ou privados em qualquer cidade do País”.
REAÇÕES
Em publicações nas redes sociais o deputado federal Otoni de Paula disse que continuará expressando o que pensa.
Antonio Galvan ainda não se pronunciou sobre a operação.