Tatuador de Auschwitz, neste livro somos levados a um campo de concentração nazista. Se você procurar por aí, vai achar vários filmes, documentários e livros sobre o assunto, e mesmo assim, esse livro é único. Ele carrega a vida de uma pessoa. Suas dores, seus temores e amores. É difícil avaliar um livro baseado na história de alguém, como avaliar a dor? E não só a dor, mas também a fome, o frio e medo.
E não se engane achando que é só mais uma história de amor, é muito mais que isso.
Aqui, vamos conhecer um jovem eslovaco, carregando um crime: ser judeu.
Lale Sokolov foi levado a Auschwitz em 23 de abril de 1942. No livro, vamos acompanhar como foram os dias e as noites de Lale sendo prisioneiro, e depois se tornando o tatuador. Tendo este trabalho no campo, Lale consegue evitar o trabalho pesado, ganhar mais uma porção de comida e o mais importante: tentar amenizar a dor de quem está chegando agora.
Sabendo falar várias línguas, logo se torna importante para os alemães e assim, ficando cada vez mais longe da morte. E em um de seus dias de trabalho, aparece uma judia que dança com Lale pelos olhos.
Com o tempo, Lale e Gita começam a se encontrar mesmo estando em blocos diferentes e se apaixonam. Juntos, encaram o medo, a fome e a doença. Nunca entendendo a razão de tanto horror, lidam com o luto e são obrigados a olharem seus amigos sofrerem sem poder fazer nada além de oferecer uma porção a mais de comida.
Tendo muito cuidado para não serem encarados pelos seus companheiros de prisão como colaboradores do Holocausto, os dois se mostram resistentes e lutam para viver e salvar os seus.
A cada parágrafo, você vai torcer por eles e ainda depois de 231 páginas, você não vai entender o porquê de tanta crueldade. Não importa quantas obras leia, quantos filmes veja, nunca vai ter sentido.
Nunca se esqueça da onde a humanidade pode ir.
O Tatuador de Auschwitz é narrado em terceira pessoa, e fiquei muito impressionada com a forma que a Heather Morris tornou a vida de Lale e Gita em palavras. A escrita dela e muito leve e fluida, te prende de uma forma incrível! E mesmo que o livro seja doloroso, com a Segunda Guerra Mundial de fundo, ainda consegui sorrir em vários momentos.
Acompanhar a história de Lale pelas palavras de Heather só me fez ter certeza de como o Holocausto foi terrível.
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Ficha técnica
Título: O Tatuador de Auschwitz
Editora: Planeta
Páginas: 240
Ano: 2018
Tradução: Carolina Caires Coelho e Petê Rissatti