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Um bom momento para Mato Grosso

Fabricio Carvalho é compositor, maestro titular da Orquestra Sinfônica da UFMT, bacharel em Regência Orquestral pelo Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro e mestre em música pela UNICAMP.

Por Fabricio Carvalho
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O senador por Mato Grosso, Wellington Fagundes, foi nomeado, pela Comissão Mista do Orçamento, relator setorial das receitas e despesas da Educação, para 2022.

Esta nomeação coloca Mato Grosso diante de ótima oportunidade para apresentar suas demandas, priorizar suas urgências no assunto que, friso, não são poucas e, ainda, diante de um excelente momento para sinalizar ao Estado que o desenvolvimento tão almejado para a sociedade passa, como tenho recorrentemente apontado, pelo investimento maciço na educação.

Com o objetivo de debater os desafios atuais para o Ensino Superior, especialmente diante dos cortes orçamentários, bem como de discutir possibilidades para o futuro, na última segunda, 23, os reitores da UFMT, IFMT, Unemat e UFR se reuniram com o senador Wellington Fagundes e deram início aos diálogos acerca da situação orçamentária das universidades federais, do instituto federal e da universidade estadual. Expuseram, também, nesta ocasião, a preocupação iminente com o retorno presencial seguro dos alunos, professores, famílias e demais colaboradores do sistema escolar, além de outras questões não menos importantes.

Destaco uma delas que, a meu ver, pode contribuir, e muito, na ampliação de vagas e com uma valiosa mudança do vetor de desenvolvimento da agroindústria em Mato Grosso.

Explico. A região conhecida como Chapéu do Sol, localizada entre a Rodovia Mário Andreazza, a Estrada da Guarita e o Rio Pari, em Várzea Grande, é um espaço urbano que vem se adensando mais e mais nos últimos anos, tanto que, em tempos recentes, já se cogita, inclusive, o surgimento de uma nova cidade. Há muitos caminhos para que uma cidade venha a se tornar aquilo que pode ser. Penso que o que está acontecendo ali é a concretização de um sonho, o qual tem relação direta com a decisão da UFMT e IFMT de ali instalarem campus universitário.

No âmbito da Faculdade de Engenharia, a UFMT já oferece 315 vagas anuais em cinco cursos: Engenharia de Computação, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia de Minas, Engenharia Química e Engenharia de Transportes. Ademais, para contribuir com o adensamento urbano no Chapéu do Sol, ainda vem se somar ao Campus do IFMT, o Parque Tecnológico de Mato Grosso, ação estratégica para o desenvolvimento de Mato Grosso.

O parque é um importante mecanismo no processo de inovação tecnológica em nosso Estado, por ter a capacidade de promover o desenvolvimento de empresas a partir de soluções, ideias e tecnologias geradas nas instituições de ensino e pesquisa, com parceria de executivos e empresários. Será, portanto, responsável pela articulação, integração e organização entre as empresas, instituições de ensino e pesquisa e o governo, no âmbito das áreas tecnológicas prioritárias para formarem parcerias e projetos com objetivos comuns.

Dentre esses, estão o fomento à inovação e empreendedorismo, a formação e qualificação de pessoas, a disponibilização de laboratórios, centros de pesquisas e estrutura de ensino, a geração e atração de empresas de base tecnológica, além da atração de instituições de ensino públicas ou privadas com instituições de referência.

De fato, a implantação do Parque Tecnológico ainda é um sonho, mas um sonho plenamente possível, que nos faz avistar o desenvolvimento desta “nova cidade”, trazendo consigo, por outro lado, as obras de infraestrutura, como drenagem, redes de esgoto, água e energia, atraindo, com esse legado, num momento posterior, a expansão imobiliária com a construção de grandes empreendimentos comerciais, industriais, de serviços e residenciais.

Curiosamente, aliás, Várzea Grande é conhecida como “Cidade Industrial”, embora, na realidade, haja bem poucas indústrias ali instaladas. Afinal de contas, de qual Cidade Industrial se está falando, neste caso? Então, a partir de agora, com o oferecimento desses cursos em áreas de engenharias e afins, com a capacitação gerencial e de mão de obra que eles possibilitam, vamos poder, sim, pensar que Várzea Grande entrará numa espiral ascendente de industrialização o que impactará positivamente o seu desenvolvimento social, cultural e econômico, com a geração de emprego e renda.

Sabemos que é dever das instituições de ensino superior estar mais presente na vida da sociedade mato-grossense como um todo, não se furtando a participar da construção de políticas públicas visando o crescimento do Estado e o bem-estar de nossa gente.

Por isso, e para isso tudo, esse primeiro encontro entre o senador Wellington e os reitores foi muito importante. As obras estão próximas do fim em Várzea Grande, tanto da UFMT quanto do IFMT. Nesse momento, o empenho do parlamentar em concluir os campi da UFMT e IFMT e Parque Tecnológico, com atenção e olhar especiais sobre o assunto, será fundamental.

Além do mais, Chapéu do Sol é um lugar lindo, uma região com charme e identidade muito especiais. Chapéu do Sol é uma nova energia no Estado de Mato Grosso, é um potencial ao lado do Rio Cuiabá, ao lado da Passagem da Conceição, com toda a sua carga de respeito cultural da cidade, por isso antevejo o desenvolvimento industrial lado a lado com a preservação histórica da comunidade várzea-grandense. Mato Grosso ganhará e muito.

Imagem: fabricio carvalho Um bom momento para Mato Grosso
Fabricio Carvalho – Foto: Divulgação

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