O prefeito José Carlos do Pátio (SD) chamou a imprensa hoje (25) para denunciar a situação de pessoas que precisam de cirurgias de alta complexidade e não conseguem atendimento no Hospital Regional Irmã Elza Geovanela, em Rondonópolis. Segundo ele, o Estado não está cumprindo suas atribuições na gestão tripartite do Sistema Único de Saúde e isso tem colocado em risco as vidas de muitos cidadãos.
“Isso não pode acontecer. Não poso aceitar o Hospital Regional não abrir a porta principalmente para a neurologia, um atendimento de alta complexidade. Prefeitura não está medindo esforços e quero salvar vidas. Mas infelizmente não tenho estrutura de neurologia e não tenho estrutura maior de ortopedia, se não salvava a todos”, afirmou.
Durante a coletiva o prefeito citou o caso de uma pessoas com aneurisma cerebral e estava tendo convulsões. “A família me procurou chorando. Fomos verificar na central de regulação e a pessoa, apesar da gravidade, estava na 12ª posição na fila de espera. Conseguimos agilizar a internação para salvar a vida dela. Não posso conceber, como prefeito, ver famílias chorando porque precisam de cirurgia de aneurisma cerebral e não ter vaga”.
Outro ponto destacado na coletiva foi a demora nos atendimentos na área de ortopedia, que também deveriam ser atendidos no Hospital Regional.
Na semana passada dois vereadores chegaram a acionar o Ministério Público Estadual (MPE) relatando casos de pessoas que chegaram a ter membros amputados devido a não realização de cirurgias no momento adequado. O MPE ainda não se posicionou.
Hoje o prefeito José Carlos do Pátio confirmou que o município decidiu bancar o atendimento dos casos mais graves na área da ortopedia, garantindo o atendimento em Rondonópolis e também em hospitais de Cuiabá.
“O município está pagando por esses atendimentos que deveriam ser feitos por eles, para facilitar a situação e evitar prejuízos maiores ao cidadão. Agora, mesmo fazendo tudo isso eles ainda não resolvem a questão da neurologia? O Hospital Regional precisa ter porta aberta para neurologia. Não podemos admitir que pessoas continuem tendo derrame, aneurisma e ficando sem apoio”, ressaltou.
“O Estado sabe do problema. Sabe que estamos bancando a nossa competência e também a deles. Estou investindo nas unidades municipais, comprei um hospital na avenida Lions e vamos ampliar o Hospital Municipal além de bancar atendimentos que são atribuições do Estado. Mas não podemos ficar sozinho. Há uma necessidade de uma reflexão sobre isso”, asseverou.
Além do prefeito José Carlos do Pátio participaram da entrevista o secretário municipal de Saúde, Vinicius Amoroso, o secretário-adjunto, Hélio Garcia e o chefe do setor de Saúde Coletiva da Prefeitura de Rondonópolis, Paulo Padin.
OUTRO LADO
A reportagem encaminhou à assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde os questionamentos levantados pelas autoridades municipais.
Até o momento não houve resposta.