Independente do resultado dos atos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro as manifestações programadas para este feriado de 07 de setembro já tem sabor de derrota para Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) em Mato Grosso e no Brasil.
Na semana passada a entidade chegou a divulgar uma nota em que prestava apoio, mas negava o financiamento das manifestações. A nota pretendia acalmar os produtores que discordam do envolvimento em ações de política partidária e, ao mesmo tempo, blindar a associação de eventuais sanções decorrentes do financiamento dos atos antidemocráticos – o que é proibido em lei.
Até onde se sabe nenhum dos objetivos foi atingido.
Internamente crescem as pressões para que a Aprosoja abra sua contabilidade. Muitos produtores querem saber se os recursos de suas contribuições – e também os decorrentes do Poder Público – estão sendo usados na defesa da categoria ou para atender desejos de políticos.
Também causou desconforto na categoria denúncia feita por Rafael Galvan, filho do presidente nacional da entidade, acusando o pai de corrupção. Numa discussão de whatsapp vazada pela imprensa, Rafael disse que a atual esposa de Antonoi Galvan faturou alto em contratos com a Aprosoja considerados suspeitos.
Não bastasse isso, seguem as apurações da Polícia Federal sobre o envolvimento de Antonio Galvan na promoção de atos antidemocráticos. Ele é um dos principais investigados e, queiram ou não, o nome da entidade continuará sendo citado neste contexto criminal – o que é considerado péssimo para a categoria.
Aliás, no sábado (04) o ministro do STF, Alexandre de Moraes, acatou pedido da Procuradoria Geral da República e determinou o bloqueio das contas da Aprosoja MT e Aprosoja Brasil. A suspeita é que as entidades tenham usado recursos públicos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e do Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) para financiar as manifestações.
Quem acompanha o caso de perto garante que vem mais notícias bombásticas por aí.