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VOLTA ÀS AULAS

EUA discutem segurança após caso de professora que contaminou alunos

Caso de professora que contaminou alunos gera debates no momento em que estudantes retomam aulas presenciais e há uma estagnação dos índices de vacinação contra covid-19

Da Redação
VIA

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Aulas presenciais foram retomadas ontem e há preocupações sobre o risco de novas contaminações por Covid-19- Foto: Reprodução

No momento em que as escolas da cidade de Nova York – que abriga a maior rede de ensino dos EUA – reabrem suas portas para a totalidade dos alunos, ao mesmo tempo em que os índices de vacinação contra covid-19 estagnaram entre os americanos e a variante delta avança, o país e o mundo discutem a segurança das crianças na volta às aulas.

As crianças, desde o início, têm sido proporcionalmente menos afetadas que os adultos pelo coronavírus Sars-Cov-2, mas seguem suscetíveis sobretudo se estiverem rodeadas de adultos não vacinados ou que não cumprirem protocolos sanitários, como mostra um estudo do Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA (veja detalhes do caso abaixo).

Segundo o jornal The New York Times cerca de 1 milhão de crianças nova-iorquinas retornaram às salas de aula ontem (13), a maioria delas pela primeira vez em 18 meses. Todos os funcionários do Departamento de Educação da cidade serão obrigados a se vacinar, por ordem da prefeitura.

Mas a obrigatoriedade da vacinação, bem como do uso de máscaras, ainda é um ponto controvertido nos EUA.

No que diz respeito às máscaras, segundo levantamento da Associated Press, até agosto, apenas dez Estados americanos e a capital Washington DC seguiam as recomendações do CDC e exigiam que todos os estudantes e educadores usassem a proteção facial.

Trinta e dois Estados deixaram a decisão nas mãos dos distritos escolares ou dos pais. E oito Estados, na contramão das recomendações, aprovaram leis ou ordens executivas impedindo que o uso de máscaras fosse uma exigência.

No que diz respeito à vacinação, o presidente Joe Biden afirmou, em discurso na semana passada, que “90% dos funcionários de escolas e professores estão vacinados (no país). Precisamos chegar a 100%.”

PROFESSORA INFECTADA
Nessa discussão, ganhou notoriedade recentemente um estudo produzido pelo CDC detalhando um caso ocorrido na Califórnia, que ilustra a importância de medidas preventivas nas escolas para garantir a proteção de alunos e educadores.

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Professora que não havia sido vacinada é apontada como responsável pela contaminação de 26 pessoas – Foto: Reprodução

Em 25 de maio, segundo o CDC, o Departamento de Saúde Pública do Condado de Marin foi notificado que uma professora do ensino fundamental havia testado positivo para a covid-19. Ela não havia sido vacinada.

Ao longo das semanas seguintes, outros 26 casos de covid-19 (sintomáticos ou assintomáticos) foram identificados entre alunos da escola e seus parentes.

Os alunos, por sua vez, tinham menos de 12 anos e, portanto, ainda não podiam ser vacinados, segundo as regulações vigentes em torno das vacinas aprovadas nos EUA (aqui no Brasil também só estão sendo vacinados adolescentes acima de 12 anos, com a vacina da Pfizer; a CoronaVac teve até o momento pedido negado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para que fosse aplicada em crianças a partir de três anos).

Na sala de aula da professora californiana, foi identificado que a metade dos estudantes (12 de um total de 24) acabou sendo contaminada.

Outro foco de contaminação na mesma escola ocorreu em outra classe, aparentemente quando um aluno fez uma “festa do pijama” em sua casa.

“O elo epidemiológico entre as duas classes permanece desconhecido, mas acredita-se que se deva à interação dentro da escola”, diz o CDC.

LIÇÕES
O caso – em que todos se recuperaram de quadros leves da covid-19, sem a necessidade de hospitalização – trouxe lições importantes. A investigação do CDC apontou que a professora em questão parece ter descumprido a exigência local de uso de máscaras em espaços fechados e leu em voz alta para seus alunos – falar em voz alta, sem máscara, é uma das formas como inadvertidamente espalhamos mais gotículas de saliva potencialmente contaminadas.

A maior incidência de alunos infectados foi justamente entre os que sentavam nas primeiras fileiras diante da professora (veja abaixo no gráfico do CDC).

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Caso de contaminações em escola trouxe várias lições que podem evitar a repetição do problema – Foto: Reprodução

Nas circunstâncias atuais, opina Daniel Becker, é “inadmissível que um professor não use máscara em sala de aula”. “A politização do uso das máscaras é uma estupidez – que não se consiga chegar a um consenso sobre algo tão simples”, critica.

Um ponto é que a infecção na escola californiana ocorreu apesar de medidas sanitárias importantes terem sido tomadas: as salas de aula estavam com as janelas abertas e tinham filtros de ar de alta eficiência.

Apesar disso, a ventilação dos ambientes escolares continua sendo uma medida crucial para diminuir as chances de transmissão do vírus, ao reduzir a concentração de gotículas e aerossóis potencialmente infectados (uma sugestão de especialistas é colocar um ventilador de frente para uma janela – ele funciona como uma espécie de exaustor, puxando o ar de dentro e empurrando-o para fora do cômodo).

“Esse surto originado em uma professora não vacinada demonstra a importância de vacinar funcionários de escola que estão em contato próximo e em ambientes fechados com crianças que não podem ser vacinadas, à medida que as escolas reabrem as portas”, diz o estudo do CDC, destacando o alto potencial de espalhamento da variante delta.

Mas o CDC ressalta também que a alta taxa de vacinação no condado de Marin, onde fica a escola em questão, ajudou a conter o coronavírus, oferecendo proteção coletiva:

“Uma transmissão além (de estudantes e familiares) parece ter sido impedida pelos altos níveis de vacinação comunitária. No momento do surto, cerca de 72% da população para a qual havia vacina disponível estava totalmente vacinada”, diz o estudo.

“Essas descobertas sustentam as evidências de que as atuais vacinas contra covid-19 aprovadas emergencialmente pela FDA (agência americana que regula medicamentos e alimentos) são efetivas contra a variante delta. No entanto, os riscos de transmissão continuam elevados entre indivíduos não vacinados em escolas”, prossegue o texto.

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