Uma falha técnica causou o cancelamento do julgamento do médico Fernando Veríssimo de Carvalho, 30 anos, acusado de assassinar a esposa, Beatriz Nuala Soares Milano, que estava grávida. O juiz da 1ª Vara Criminal de Rondonópolis, Wagner Plaza Machado Júnior, determinou a dissolução do júri e remarcou o julgamento para o dia 10 de novembro deste ano.
A sessão chegou a ser aberta hoje com o depoimento do médico legista Márcio Landi. Porém os advogados de defesa requisitaram o depoimento de uma testemunha que havia sido arrolada como assistente.
O magistrado explicou que a pessoa requerida pelos advogados da defesa havia acompanhando o depoimento anterior, ferindo uma norma do Código de Processo Penal que exige que as testemunhas sejam inquiridas em separado “de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras”.
Ao anunciar o cancelamento, o juiz Wagner Plaza também fez a convocação dos jurados ao julgamento marcado para novembro. O réu permanecerá preso até lá.
O CASO
Beatriz Milano foi morta no dia 24 de novembro de 2018 na casa onde morava com Fernando Veríssimo de Carvalho, no bairro Vila Aurora. Os dois viviam juntos há dez meses.
A Polícia Militar foi acionada pelo próprio Fernando. Na época ele afirmou que havia dormido em outro cômodo e que, por volta de três horas da manhã, acordou e foi até o quarto do casal, onde encontrou a mulher morta.
Fernando disse que apenas os dois estavam na casa e chegou a dar declarações à imprensa negando agressões e dizendo que tinha um relacionamento saudável com Beatriz.
As informações prestadas por ele foram contestadas pelo laudo pericial e também por indícios levantados pela investigação policial. Ele acabou preso depois de fugir da cidade e ser localizado no interior de São Paulo, na casa dos pais.