A prisão do chefe de gabinete do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), o advogado Antônio Monreal Neto, ocorreu em razão de tentativas de atrapalhar às investigações relativas à esquemas operados no âmbito da secretaria de Saúde da Capital.
A informação consta na decisão proferida pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Neto está entre os alvos da operação Capistrum, deflagrada na manhã desta terça-feira (19) e que resultou, ainda, no afastamento do prefeito Emanuel do cargo.
As investigações revelaram um esquema que envolve a contratação de servidores temporários para atender interesses políticos e possíveis pagamentos indevidos do chamado “Prêmio Saúde”, uma espécie de “mensalinho” destinado a profissionais que atuavam na Saúde da Capital.
Ao longo da decisão, o desembargador Luiz Ferreira cita que Antônio Neto teria determinado aos servidores da Saúde que não colaborassem com as apurações feitas pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
O magistrado citou, inclusive, que o chefe de gabinete é pessoa de “alta confiança” de Emanuel, com quem trabalha desde fevereiro de 2014, quando o emedebista ainda era deputado estadual.
“Ficou comprovado pelos elementos informativos encontradiços nestes autos que ele [Antônio Neto] interferiu quando membros do GAECO tentaram ouvir os servidores municipais e acessarem documentos diretamente nos órgãos públicos do Município com o objetivo de exercerem seu papel fiscalizatório, impedindo, assim, a realização das diligências na Secretaria de Saúde Cuiabá e nas demais unidades de saúde”, cita trecho da decisão.
“Porquanto determinou que os servidores públicos não prestassem informações, tampouco fornecessem documentos ao Ministério Público, ficando demonstrado claramente a intenção desse investigado em obstruir as investigações”, emendou o magistrado.
Pela decisão, a prisão deverá ser mantida por cinco dias, devendo o chefe de gabinete permanecer, obrigatoriamente, separados de demais detentos.