Lideranças ouvidas pelo portal AGORA MT afirmaram que não há, por enquanto, risco de paralisação do transporte rodoviário de cargas em Mato Grosso. A reportagem conversou com representantes da Associação dos Transportadores de Cargas e também com sindicatos de trabalhadores.
Ontem (21), caminhoneiros que transportam combustíveis deflagraram uma paralisação em Minas Gerais e no Rio De Janeiro. O movimento prossegue e hoje atinge também os estados de São Paulo e Espírito Santo. Eles pedem a mudança na política de preços da Petrobrás, para evitar os aumentos frequentes, e também reclamam da cobrança de impostos como o ICMS.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autonômos de Bens de Mato Grosso (Sindcam/MT), Roberto Costa, disse que não há movimentação de greve no Estado.
“Acredito que não há esse risco (de paralisação). Acho difícil, até porque ontem houve um reajuste na tabela de frete e o presidente anunciou que vai dar um auxílio para a categoria”, afirmou Roberto Costa.
O reajuste na tabela de frete mínimo, entre 4,5% e 5,9%, foi confirmado ontem pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Já o auxílio anunciado seria de R$ 400 reais para todos os caminhoneiros, porém o presidente não disse quando e nem de onde virá o recurso para pagar o benefício.
Para Roberto Costa, as duas medidas são insuficientes para sanar os problemas e visam desmobilizar a categoria. “Governo está sincronizado para desmanchar qualquer movimento. Quando há mobilização de greve o governo corre e melhora a tabela de frete, depois baixa de novo”.
“A verdade é que o (valor do) frete está muito defasado e não consegue acompanhar os aumentos”, reclama o presidente do sindicato que reúne cerca de 4,6 mil caminhoneiros autônomos.
Apesar de descartar a paralisação no curto prazo, Roberto Costa admite que se o movimento grevista crescer em outros estados terá também a adesão do sindicato em Mato Grosso.
“Nós dependemos muito do que ocorrem nos outros lugares. Mas se movimento ganhar força e a categoria quiser aderir, vamos apoiar”, declarou.
PRIMEIRO DE NOVEMBRO
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de Rondonópolis e Região (STTR), que reúne caminhoneiros que trabalham com carteira assinada, também está monitorando a situação.
“Estamos acompanhando, mas por enquanto não há movimento de paralisação em nossa base”, disse o presidente Luiz Gonçalves da Costa.
O diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Cargas (ATC), Miguel Mendes, também informou não ter conhecimento de movimento grevista no Estado. A ATC congrega as empresas do setor em Mato Grosso.
“Por enquanto não. Temos somente o chamamento do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) da Paralisação Nacional para o dia 01/11”, disse.
A paralisação de novembro convocada pelo CNTRC também terá o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) e da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos (Abrava), entre outras entidades.
A principal reclamação das entidades envolve o aumento no preço do óleo diesel, que subiu 37,25% em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado.