A vereadora Marildes Ferreira (PSB) disse na sessão desta quarta-feira (27) que as denúncias formuladas à Promotoria de Justiça sobre a demora e recusa de atendimentos no Hospital Regional confirmam uma situação denunciada pela Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, que é presidida por ela.
A parlamentar disse que em agosto deste ano denunciou a situação no Ministério Público do Estado, mas a denúncia não prosperou. “Foi preciso uma moradora da cidade de Campo Verde morrer para o MP ouvir, eu venho falando aqui, em todos os momentos que eu tenho voz, sobre o Regional. Não foi por falta de aviso”, disse.
Conforme a denúncia registrada no Ministério Público, a paciente citada pela vereadora ficou imobilizada por 13 dias aguardando a liberação de uma vaga e acabou falecendo de embolia pulmonar após finalmente ser internada. A denúncia aponta ainda que atualmente 81 pessoas estão na fila de espera por cirurgia ortopédicas no Hospital Regional, que enfrenta problemas de falta de equipamentos e atrasos nos pagamentos de médicos deste setor.
A vereadora considera que a situação foi agravada pela divisão da regulação do Estado com a do município. “Desde o dia em que a central de regulação do estado e do município se dividiram , o caos se instalou”, disse.
Marildes explicou que não há transparência, por parte da regulação do estado. “Eles não são transparentes, não sabemos quantos pacientes entram e quantos saem, quantos leitos estão vagos. Não há gestão, eles se acham Deus, para controlar a vida e a morte das pessoas”, completou.
A demora para a realização dos procedimentos está, segundo a vereadora, refletindo na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, que está abarrotada de pacientes. Ela destaca que a situação atinge outros municípios da Regional de Saúde Sul e não está restrito aos pacientes com problemas ortopédicos.
A vereadora também reclamou da falta de reaproveitamento dos leitos de UTI que eram destinados ao de Covid-19 e estão desocupados. “Nem ar condicionado para esses quartos tem, não há o mínimo de conforto. Enquanto isso o povo está morrendo, o povo morre na fila por vaga no Hospital Regional”.
Marildes Ferreira pediu atenção máxima do Ministério Público e disse que continuará usando a tribuna da Câmara para denunciar os problemas do Hospital Regional. “Não tenho medo do governador e do secretário de saúde do Estado. Pode me processar secretário, pois nas suas costas não serão processos e sim serão almas”, concluiu.