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Eleições na Venezuela podem sinalizar o futuro de Maduro

Pleito, neste mês de novembro, terá participação de candidatos da oposição e contará com a presença de fiscais europeus

Da Redação com R7
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Imagem: Maduro Eleições na Venezuela podem sinalizar o futuro de Maduro
Maduro é alvo de críticas por gestão política do país e forte envolvimento com Judiciário-FAUSTO TORREALBA/REUTERS

As eleições regionais e municipais da Venezuela ocorrem no domingo (21) em meio a uma crise política e social sem precedentes na história do país latino-americano.

O regime de Nicolás Maduro, amplamente criticado pela comunidade internacional e questionado pela real liberdade política e judiciária da Venezuela, tem a chance mostrar ao mundo um país com viés democrático e tom conciliador.
É o que acredita o diretor do Ilaesp (Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política), Fábio Borges, ao citar que a participação da oposição e de observadores internacionais pode trazer um recomeço à Venezuela.

“A novidade desta eleição é que a oposição vai legitimar este pleito e participar com força da votação. Também há uma maior abertura para observadores internacionais, o que não garante que a eleição será livre, totalmente legítima, que tudo vai correr bem, mas, dentro de um impasse que vem durando anos, é um avanço.”

Para o diretor do Ilaesp, a crise econômica e política da Venezuela foi causada tanto pela esquerda, que está no poder com Maduro, quanto pela direita, que proclamou Juan Guaidó como presidente interino do país — com o apoio da comunidade internacional.

“[Estas eleições são] um avanço que tem muito a ver com o sofrimento que os venezuelanos vêm passando nos últimos dez anos, com muitos processos problemáticos internos, mas também com pressões e intervenções externas. É um cenário que gerou uma crise humanitária na América do Sul”, diz Borges.

Enfraquecimento do governo Maduro
A grave crise social que a Venezuela vive enfraqueceu o governo de Maduro, que pode experimentar isso em números nas eleições deste mês. Ainda assim, Borges destaca que a esquerda tem a maioria no país e que uma guinada à direita pode estar distante.

“Nas últimas eleições a direita já foi se fortalecendo e se reestruturando na Venezuela, enquanto Maduro foi perdendo credibilidade”, explica Borges, enquanto destaca que o presidente venezuelano ainda conta com amplo apoio. “Não é uma maioria puramente resultado das manipulações políticas, sociais ou eleitoreiras. Muita gente ainda tem uma afinidade ideológica com o bolivarianismo e o chavismo”.
O enfraquecimento de Maduro se agrava em um momento em que a América Latina se divide entre esquerda e direita. De acordo com Borges, é possível ver essa bipolarização em outros países da região, como Brasil, Bolívia, Equador e Peru.

“Eu diria que, assim como em outros países latino-americanos, a gente tem nações partidas em dois, os extremos estão disputando voto a voto em cada eleição. […] Temos um continente dividido, e acho que o caso da Venezuela vai demonstrar isso. Espero que isso não traga prejuízos para a legitimidade da eleição.”

A aprovação da eleição pelos observadores internacionais, pelo governo e pela oposição é essencial para que a Venezuela tente voltar a um protagonismo positivo na América do Sul. Os resultados destas eleições podem ser um primeiro passo para a reconciliação do país.

Para o especialista, a decisão das urnas também deve ser considerada pelas vertentes políticas como uma possibilidade de autocrítica, que pode nortear as próximas ações da esquerda e da direita na Venezuela.

“Se a direita eventualmente vencer, o que pode acontecer, a esquerda terá que fazer uma autocrítica enorme do que deu errado nesse projeto do socialismo no século 21, nos projetos sociais importantes, nessa política externa da Venezuela que teve alguns pontos interessantes. Apesar disso tudo, o resultado foi uma crise humanitária tremenda.”

“Por outro lado, acho que a direita tem que parar de boicotar as eleições que ela não ganha. Não é uma direita que tem muita convicção democrática”, destaca Borges.

Legitimidade das eleições pode reaproximar EUA e Venezuela
Os Estados Unidos são um dos países que mais pressionam o governo Maduro, tanto com críticas públicas quanto na promoção de sanções econômicas que acabam ilhando o país sul-americano.

Borges diz que o importante papel venezuelano no cenário internacional de produção de produtos derivados do petróleo torna palpável uma reaproximação com os norte-americanos.
“Não é utópica [uma reaproximação dos países]. Normalmente a Venezuela e os Estados Unidos tinham uma relação muito estreita. Este período a que estamos assistindo é mais uma exceção nos padrões diplomáticos entre os países do que a regra. Eles sempre tiveram boas relações.”

Ainda que acredite na reaproximação comercial e diplomática entre as nações, Borges afirma que o processo acontecerá de forma gradativa, em um formato parecido com o que Barack Obama teve com Cuba.

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