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Emprego | Crises em ministério coincidem com revisões em dados

Dados defasados limitaram o pessimismo e contribuíram para tomada de decisões econômicas relevantes, avaliam especialistas

Da Redação com R7
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As revisões que resultaram em uma criação de empregos menor do que o número antes anunciado em 2020 coincidem com períodos de dificuldade atravessados do governo federal e o Ministério da Economia.

Conforme relevado pelo R7 na quarta-feira (3), as atualizações mostram que o Brasil abriu 75.983 postos de trabalho com carteira assinada no ano passado, número 46,75% inferior aos 142.690 anunciados com comemoração pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Como os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) são divulgados sempre no mês seguinte aos períodos de coleta é possível analisar que a primeira grande diferença absoluta nos dados, de 164.651 vagas formais ou 13,68%, foi contabilizada no segundo trimestre do ano passado.

O período entre abril e junho é marcado pelo avanço da pandemia do novo coronavírus no Brasil e as demissões dos ministros Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich (Saúde).

Para Rodolpho Tobler, pesquisador do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia) da Fundação Getulio Vargas), os indícios de subnotificações já eram evidentes e “esfriaram” o pessimismo do mercado formal de trabalho no Brasil.

“Nos momentos mais críticos, nos quais existiam muita incerteza sobre o real impacto da pandemia no mercado de trabalho, esses dados fizeram com que a gente vislumbrasse [a retomada] com um olhar um pouco mais otimistas do que se deveria”, afirma Tobler.

Fausto Augusto Júnior, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), avalia que a crise sanitária, com o fechamento de muitas empresas, e a adaptação à nova metodologia do indicador afetaram diretamente a inclusão das informações no sistema de coleta.

Segundo ele, os atrasos foram usados para sinalizar um ambiente mais positivo do que o real, já que a situação econômica não era boa. “O ministro da Economia, que estava analisando todos os indicadores, e não só o Caged, deveria ter percebido e atenuado um pouco o ufanismo. De fato, nada indicava que aqueles dados eram consistentes”, avalia Augusto ao recordar que decisões importantes foram tomadas a partir dos dados que ainda seriam atualizados.

Em um segundo momento, os dados no acumulado entre julho e novembro, oficializados até o mês de dezembro, apontam para uma variação de apenas 0,98% (de 1.503.507 para 1.488.870) entre as divulgações e a revisão a respeito da geração de empregos com carteira assinada no Brasil.

A discrepância voltou a saltar em dezembro, quando os dados indicam uma subnotificação de 65%, com um número de demissões 44.133 inferior ao antes divulgado. A informação “oficial”, comunicada em janeiro, coincide com o primeiro mês após o fim do auxílio emergencial. O programa assistencial só foi retomado em março.

Bruno Ottoni, pesquisador da consultoria IDados, diz entender que as revisões são menores do que se esperava após a atualização da metodologia do Novo Caged. Ele analisa ainda que, em dezembro, as empresas podem ter enfrentado dificuldades para incluir os dados a tempo da divulgação.

“Dezembro costuma ser um mês com muitos desligamentos por contas das festas de fim de ano e pode ser que as empresas foram obrigadas a se acostumar com o sistema e não conseguiram inserir os dados dentro do prazo”, pondera Ottoni.

De acordo com Augusto, do Dieese, o ajuste mais significativo realizado no último mês do ano pode ter origem nas atualizações reprimidas pelas companhias. “Muitas empresas não declaram nada e, quando chega no final do ano, apresentam todas contratações e demissões. Isso não é novidade”, garante.

Na sexta-feira (5), o ministro da Economia, Paulo Guedes, comentou pela primeira vez a redução no volume de empregos formais em 2020 e atribuiu as alterações a falhas das companhias. “Pode ter ocorrido um erro no Caged, mas não é culpa do governo. São informações que vieram das empresas”, disse ele ao avaliar que as mudanças “não são significativas”.

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