O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou nesta semana a abertura de inquérito para apurar se o deputado federal José Medeiros (Podemos) cometeu crime de racismo ao chamar uma mulher de ‘mulamba’ durante uma discussão nas redes sociais. A investigação foi solicitada pela Procuradoria Geral da República (PGR) e soma-se a uma série de más notícias recebidas pelo parlamentar nos últimos dias.
A má fase começou com a filiação do ex-juiz Sérgio Moro, que deverá ser o candidato do Podemos à presidência. Medeiros não escondeu sua insatisfação e foi advertido publicamente pelo presidente da legenda, o senador Álvaro Dias.
Em entrevista a uma rádio de Cuiabá, Dias disse que não será tolerada deslealdade e deixou um recado ao deputado: “Não há autorização para traição e nem razão para permanecer infeliz ou insatisfeito no partido. A porta de entrada é a porta de saída”.
Para piorar, Medeiros precisa lidar ainda com a indefinição sobre o futuro partidário do presidente Jair Bolsonaro. O deputado já indicou que deverá acompanhar o presidente e depende dessa definição para dar sequência aos projetos visando a eleição do ano que vem – fechando os entendimentos com as lideranças partidárias da futura legenda e também com as bases.
Aliados do deputado reconhecem que a situação é ruim, mas avaliam que nada está perdido.
Eles consideram que o inquérito sobre racismo não vai prosperar e dão como tranquila a saída do Podemos aproveitando a janela partidária que se abrirá em março. Quando a indefinição de Bolsonaro, a opinião é de que o tempo perdido agora pode ser recuperado rapidamente assim que definida a filiação do presidente.